A empresa americana de análises financeiras S&P Global Ratings anunciou nesta sexta-feira (15) que reduziu a classificação de crédito do Líbano, tanto local quanto internacional, a curto ou longo prazo, em particular sobre o chamado risco soberano do país, devido aos protestos em curso. A avaliação do Líbano caiu de ‘CCC/C’ para ‘B-/B’. A empresa justificou a medida por riscos financeiros e monetários que possam impedir o governo libanês de pagar seus débitos. As informações são da agência Reuters.
A perspectiva sobre o Líbano é negativa, afirmou a S&P, especificando que isso reflete o risco do país não conseguir mobilizar recursos monetários e financeiros devido aos recentes protestos em massa e a renúncia do último governo.
Protestos em escala nacional motivados em parte pela pior crise econômica desde a guerra civil do Líbano, entre 1975-1990, resultaram no fechamento de bancos e na paralisação do país, limitando a capacidade de muitos importadores de comprar produtos no exterior.
Saad al-Hariri renunciou do cargo de primeiro-ministro em 29 de outubro, diante de uma onda de protestos sem precedentes contra a classe política no poder.
Mohammad Safadi, ex-ministro das finanças, concordou em assumir o cargo de primeiro-ministro caso consiga o apoio dos partidos majoritários, anunciou nesta sexta-feira Gebran Bassil, Ministro de Relações Exteriores do Líbano.
A confiança na governabilidade política e na economia do Líbano está em queda, o que levou a um processo de inflexão nos fluxos de depósitos bancários, observou a S&P. A empresa também reiterou que o governo libanês deverá precisar de apoio financeiro externo ou um pacote doméstico de grandes reformas para preservar seu crédito público internacional.
Na quinta-feira (14), a S&P também reduziu ainda mais a classificação sobre três bancos libaneses – Banco Audi, Banco Blom e Bankmed –, justificando pressões crescentes sobre a capacidade de liquidez.