O Alto-Comissariado Nacional da Grande Marcha do Retorno e pelo Fim do Cerco decidiu adiar os protestos de sexta-feira (15) na Faixa de Gaza, devido ao atual ciclo de agressões israelenses contra o território litorâneo.
Apesar de grupos da resistência palestina terem estabelecido uma trégua mediada pelo Egito com a ocupação israelense, aeronaves de Israel continuaram a realizar incursões contra a Faixa de Gaza. Os novos ataques atingiram na manhã desta sexta-feira (15) postos da resistência em Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza.
O porta-voz do exército ocupante alegou na noite de quinta-feira que seus serviços de segurança avistaram o lançamento de dois mísseis da Faixa de Gaza em direção a Israel, embora o sistema de defesa Domo de Ferro supostamente os tenha interceptado.
Talal Abu Zarifa, líder da Frente Democrática pela Libertação da Palestina, confirmou em declaração à imprensa que “devido à continuidade da escalada e agressão israelense contra a Faixa de Gaza, à medida que seus efeitos ainda estão em curso, o Alto-Comissariado Nacional [da Grande Marcha do Retorno] decidiu adiar os protestos desta sexta-feira para a próxima semana.”
Abu Zarifa destacou que “a erosão da trégua é causada pela agressão contínua do exército ocupante contra participantes dos protestos populares e pacíficos da Grande Marcha do Retorno, e pelos esforços da ocupação para postergar a implementação de medidas que atenuem o cerco contra Gaza.”
“Quando se propôs a trégua, as obrigações de Israel compreendiam encerrar as agressões contra manifestantes perto da cerca à leste de Gaza, assim como o fim do cerco e da política de assassinatos da ocupação,” reiterou Abu Zarifa.
Conforme decisão do Alto-Comissariado da Grande Marcha do Retorno e pelo Fim do Cerco, os protestos da próxima semana serão identificados pelo slogan “Sexta-feira pela renovação do mandato da UNRWA,” referindo-se à crise que ameaça a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos.