O Fórum de Jornalistas Palestinos condenou veementemente o ataque deliberado contra o fotojornalista Muath Amarneh durante seu trabalho de cobertura dos protestos na cidade ocupada de Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia, na última sexta-feira (15).
O fotógrafo freelance palestino Muath Amarneh está internado no Hospital de Hadassah, em Jerusalém, desde então, quando foi atingido no olho ao cobrir manifestações em Surif, perto de Hebron.
“Após começarem os confrontos, saí do caminho, vestindo um colete à prova de balas com identificação de imprensa e um capacete,” relatou ontem (17) o jornalista de 35 anos de idade à agência de notícias AFP. “De repente, senti algo atingir meu olho, pensei que fosse uma bala de borracha ou uma pedra. Coloquei a mão sobre o ferimento e não encontrei nada,” acrescentou. “Não podia mais enxergar e meu olho não estava mais lá!”
Ainda ontem, na Faixa de Gaza sitiada, manifestantes palestinos usaram tapa-olhos ou cobriram seus olhos em solidariedade a Muath Amarneh.
O Fórum de Jornalistas Palestinos confirmou que o mais recente crime israelense foi cometido no contexto de uma série de atos de terrorismo de estado executados por Israel contra alvos civis e jornalistas.
A ocupação israelense demonstra desde sua origem o completo e absoluto desprezo a todas as convenções e leis internacionais e humanitárias, o que levanta questões sobre a posição de organizações relevantes à proteção de jornalistas, direitos humanos e liberdades civis, reiterou o fórum, acrescentando que o silêncio de tais entidades permite que as forças da ocupação continuem a cometer crimes contra profissionais de imprensa e o povo palestino.
O fórum palestino ainda fez um apelo para que a comunidade internacional responsabilize os líderes da ocupação israelense pelas agressões cometidas contra jornalistas. Também reivindicou ação urgente por parte da Federação Internacional de Jornalistas e do Sindicato Árabe dos Jornalistas, a fim de que protejam os profissionais de imprensa dos crimes cometidos contra eles e da opressão sistemática executada pelas forças da ocupação.
Ao menos sessenta jornalistas foram atingidos por munição real desde o início de 2019. Outros 43 jornalistas foram feridos por bombas de atordoamento; 170 profissionais de imprensa foram fisicamente agredidos ou banidos de cobrir eventos na região.
Dez jornalistas foram presos neste mesmo período. Ao todo, dezoito profissionais de imprensa estão detidos nas prisões israelenses.