Os protestos semanais da Grande Marcha do Retorno, realizados ao longo da cerca que separa a Faixa de Gaza do território palestino ocupado por Israel, foram cancelados novamente pela segunda semana consecutiva, relatou nesta manhã o jornal libanês Al-Akhbar.
Segundo o periódico, diversas razões foram levantadas pelo Alto Comissariado da Grande Marcha do Retorno e pelo Fim do Cerco para cancelar os protesto desta semana, incluindo não conceder desculpas para que o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu volte a atacar militarmente a Faixa de Gaza, a fim de salvar a si mesmo politicamente após ser indiciado sob acusações de corrupção.
A entidade palestina teme que Netanyahu – que tornou-se nesta quinta-feira (21) o primeiro primeiro-ministro em exercício na história de Israel a ser indiciado, por diversas acusações que incluem propina, fraude e crime de responsabilidade – pode fazer uso de um eventual confronto para promover sua própria imagem pública.
O jornal afirmou que é amplamente conhecido que Israel “violará os termos do cessar-fogo alcançado no último ciclo [de ataques militares]” e deverá disparar com munição real contra manifestantes na fronteira, o que consequentemente pode levar a Jihad Islâmica a reagir e liderar novos confrontos que beneficiarão Netanyahu nestes tempos difíceis.
O anseio dos palestinos para examinar a área em torno da cerca, em busca de resíduos e evidências após o último bombardeio israelense, também foi citado como razão para suspender os protestos de hoje.
O jornal libanês afirmou que a comissão está discutindo a possibilidade de reduzir a frequência dos protestos para uma vez por mês, como resultado da recente mudança de conjuntura em Gaza.