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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Ritmo das demolições de casas palestinas por Israel em Jerusalém ‘salta’ em 2019

Mulher palestina chora sobre os escombros de edifício palestino, destruído pelas forças de Israel, onde supostamente moravam quatro palestinos acusados de matar um soldado israelense, na aldeia de Beit Kahil, em Hebron (Al-Khalil), Cisjordânia, 28 de novembro de 2019 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

O ritmo da demolição de casas pelas autoridades israelenses no território ocupado de Jerusalém Oriental sofreu um “salto” no ano de 2019, comparado com os anos anteriores, segundo relatório publicado pelo observatório internacional Al-Monitor.

Adnan Ghaith, governador palestino de Jerusalém e vítima frequente dos abusos das forças de Israel, denunciou ao Al-Monitor que as ordens de demolição “são meios de reprimir e alterar a realidade demográfica em favor dos colonos israelenses.”

“Israel está comprometido a emitir mais e mais ordens de demolições em Jerusalém, tirando vantagem do salvo-conduto americano, cujo estopim foi o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel por Donald Trump [Presidente dos Estados Unidos]. A declaração de Mike Pompeo [Secretário de Estado dos Estados Unidos] de que os assentamentos não representam uma violação à lei internacional tornou as coisas ainda piores.”

A partir de estatísticas coletadas pela ong israelense de direitos humanos B’Tselem, o relatório do Al-Monitor observou que ao menos 269 palestinos perderam suas casas na cidade até meados de novembro, incluindo 149 crianças.

Segundo Kareem Jubran, porta-voz da B’Tselem, “Israel demoliu 155 residências desde o início do ano até o fim de outubro de 2019, incluindo 37 casas cujos proprietários foram coagidos a destruir com as próprias mãos, para que não fossem obrigados a arcar com os custos da demolição.”

Tais custos variam de 100.000 a 150.000 shekels [US$ 29.000 a US$ 43.300].

Jubran também afirmou que a B’Tselem prevê que as demolições de estruturas palestinas pelo Estado de Israel continuem a aumentar nos próximos meses e anos. “Isso é verdade, em particular após as alegações de Mike Pompeo, proferidas em 18 de novembro, de que os assentamentos israelenses não violam a lei internacional,” reiterou Jubran.

Segundo o representante da B’Tselem: “As demolições criam condições humanitárias péssimas para as famílias dos habitantes de Jerusalém, que utilizam todas as suas economias para construir a casa própria. Tais famílias testemunham a destruição de suas casas em segundos e acabam desabrigadas.”

Segundo Adnan Ghaith, “cerca de 20.000 casas em Jerusalém enfrentam ordens de demolição que podem ser executadas a qualquer momento”. Em contrapartida, para suprir a crise habitacional decorrente das demolições, os palestinos de Jerusalém dependem da construção de 25.000 novas unidades residenciais.

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