A Liga Árabe enfatizou que a visita do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do Presidente do Brasil Jair Bolsonaro, ao assentamento de Psagot, instalado nos territórios palestinos ocupados da Cisjordânia, é uma violação flagrante da lei e das resoluções de legitimidade internacionais.
A organização composta por 22 estados árabes alertou que a postura assumida pelo parlamentar brasileiro pode afetar negativamente as relações entre os países árabes e o Brasil.
“Acompanhamos, com insatisfação e pesar, a visita do parlamentar brasileiro a um assentamento israelense estabelecido em terras palestinas, acompanhado por uma delegação parlamentar representando a autoridade legislativa do Brasil,” declarou Saeed Abu Ali, secretário-geral assistente da Liga Árabe para a Palestina e os territórios árabes ocupados, em comunicado à imprensa divulgado na terça-feira (10).
Abu Ali expressou sua preocupação em relação à postura de Eduardo Bolsonaro, a qual “constitui uma clara violação das posições históricas do Brasil em respeito às leis e legitimidade internacionais, além de romper com a tradição de apoiar os direitos do povo palestino.”
O representante da Liga Árabe considera, portanto, a visita de Eduardo Bolsonaro uma transgressão explícita no que se refere às leis internacionais estabelecidas pela Convenção de Genebra, resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas e, em particular, pela Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, que determina a ilegalidade dos assentamentos israelenses instalados nos territórios ocupados após 1967.
Abu Ali destacou: “Essa postura infeliz incitará as autoridades da ocupação a manter a expansão dos assentamentos e executar mais e mais violência e brutalidade contra o povo palestino.”
Abu Ali também acredita que a visita de Eduardo Bolsonaro e de parlamentares brasileiros que representam o atual governo pode “prejudicar qualquer possibilidade, mesmo a menor delas, de alcançarmos uma paz justa que dê fim à ocupação em um futuro próximo.” E reiterou: “A Liga Árabe alerta que tais medidas afetarão negativamente as relações dos estados árabes com a República Federativa do Brasil, até então parceiro prioritário.”
A Liga Árabe fez um apelo para que o governo brasileiro retifique as repercussões da visita do filho do presidente a assentamentos ilegais diante do papel histórico do Brasil em relação à causa palestina. Também reivindicou do governo de Jair Bolsonaro que reitere seu apoio aos direitos legítimos do povo palestino e aos esforços por paz, segurança, estabilidade, justiça e cumprimento à lei internacional.