Uma mulher egípcia morreu hoje na prisão de Qanater, no Egito, depois que sua saúde se deteriorou, o que dez dela a primeira fatalidade feminina em uma prisão egípcia.
Cerca de 900 mulheres foram detidas no Egito desde o golpe de 2013. Delas, 70 ainda estão na prisão, submetidas a graves violações físicas e psicológicas, que vão de tortura a agressão sexual, segundo organizações de direitos humanos.
Maryam Salem, de 32 anos, deu à luz Abdul Rahman dentro da prisão Qanater, no Cairo. Seu filho foi tirado dela e colocado em um orfanato após seu segundo aniversário. Maryam foi condenada com duas sentenças, de dez e quinze anos.
As detentas alertaram repetidamente estarem sendo maltratadas na prisão e várias delas, incluindo Israa Abdelfattah e Aisha Al-Shater, iniciaram greves de fome em protesto contra a injustiça que estão sofrendo.
Famílias das prisioneiras revelaram que as detentas foram submetidas a tortura de várias formas, com uso de eletricidade, estupros ou ameças de estupro, nudez forçada e confinamento solitário em pequenas celas sem ventilação e banheiros.
A promotoria egípcia continua a usar a prisão preventiva como punição para os opositores políticos, renovando a prisão de dezenas de mulheres sem levá-las a julgamento.
Grupos de direitos humanos pediram ações para interromper os maus-tratos a prisioneiros.