Ataques intensos executados pelo regime de Bashar al-Assad, forças russas e facções com apoio iraniano violaram o acordo de cessar-fogo entre Rússia e Turquia estabelecido para a província de Idlib, noroeste da Síria, e forçaram 2.000 civis a fugir da região apenas nas últimas 24 horas, segundo fontes locais. As informações são da Agência Anadolu.
Com os últimos acontecimentos, o número de civis que fugiram de Idlib desde novembro deste ano alcançou o impressionante índice de 217.000 pessoas.
Em 20 de dezembro, o regime de Assad e seus aliados lançaram uma campanha militar abrangente, porém concentrada nas cidades de Maarat Al-Numan e Saraqib, além de áreas rurais adjacentes. A ofensiva militar resultou na captura de 35 áreas residenciais pelo governo sírio.
As famílias locais precisam urgentemente de provisões humanitárias fundamentais, como abrigo, cobertores e camas, nos locais onde se estabelecem temporariamente, conforme afirmou Mohammad Hallaj, diretor do Grupo de Coordenação de Respostas na Síria, à Agência Anadolu.
Em setembro de 2018, Turquia e Rússia concordaram em tornar Idlib uma zona de desescalada na qual atos de agressão são expressamente proibidos. Desde então, mais de 1.300 civis foram mortos por ataques executados por forças do regime ou aliados russos na província síria, à medida que o cessar-fogo é reiteradamente violado.
Mais de um milhão de civis sírios foram forçados a se deslocarem para as proximidades da fronteira com a Turquia, devido aos ataques intensos ocorridos no decorrer do ano.
Após uma reunião de gabinete do governo turco, realizada ontem (25), Ibrahim Kalin, porta-voz do Presidente Recep Tayyp Erdogan, declarou que seu país espera que tais ataques sejam suspensos assim que possível por meio de mais outro acordo de cessar-fogo.
Segundo a Coalizão Nacional para as Forças Revolucionárias e de Oposição na Síria, a província de Idlib é lar de aproximadamente três milhões de civis, dos quais 75 por cento são mulheres e crianças.
Desde o início da brutal guerra civil que tomou conta da Síria, em 2011, a Turquia teve de receber 3.7 milhões de refugiados sírios. Este índice tornou a Turquia o país que mais abriga refugiados no mundo. O governo turco até então gastou US$ 40 bilhões para os refugiados, segundo estimativas oficiais.