Gamal Eid, proeminente advogado egípcio de direitos humanos, relatou ontem (29) que foi “agredido e torturado por indivíduos à paisana ao ser abordado nas ruas, em frente a transeuntes.”
“Veículos sem placa, oficiais de polícia à paisana com pistolas agrediram-me e tentaram me afogar em tinta perto de minha casa,” denunciou Eid em sua página do Facebook, compartilhando a imagem de seu rosto manchado de tinta.
“O Ministro do Interior de Sisi possui uma verdadeira gangue,” Eid acrescentou, referindo-se ao governo do presidente em exercício Abdel Fattah Al-Sisi. Em seguida, fez um apelo pela deposição do que descreveu como “regime policial”.
Tarek Khater, amigo de Eid, afirmou também no Facebook que “três veículos civis interceptaram o carro de Eid na estrada, de onde saíram indivíduos armados que o espancaram e atiraram latas de tinta contra ele.”
Khater destacou: “Os homens armados ameaçavam qualquer transeunte que se aproximasse para auxiliar Eid.”
Esta não é a primeira vez que Eid é atacado por forças de segurança vestidas à paisana. Segundo relatos, o advogado de direitos humanos foi também assaltado, espancado e torturado nos últimos meses em diversas ocasiões.
Desde 2014, quando tornou-se presidente, Sisi passou a coordenar um sistema repressivo violento e abrangente que varreu políticos islâmicos e oponentes liberais do país. Sisi já negou diversas vezes quaisquer casos de tortura ou detenção de presos políticos no Egito. Seus apoiadores alegam que as medidas repressivas de Sisi foram necessárias para estabilizar o país após o levante de 2011.