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Ataque de Haftar ameaça suspender operações do porto petrolífero de Zawia, na Líbia

Terminal petrolífero de Zawia [foto de arquivo]

A Companhia Nacional de Petróleo da Líbia alertou que pode ser forçada a suspender todas as operações do porto petrolífero de Zawia, na região oeste do país, e evacuar a refinaria local, caso confrontos armados continuem perto das instalações.

Forças do governo líbio informaram que aviões de guerra pertencentes a milícias comandadas pelo General Khalifa Haftar lançaram um ataque aéreo no último sábado (28), cujo alvo era o Instituto de Engenharia Aplicada de Zawia.

A Companhia Nacional de Petróleo acrescentou em declaração que alertou para a possibilidade de suspender operações do porto de Zawia, evacuar a refinaria e bombear gás inerte como meio de prevenção contra a possível combustão do petróleo local, caso as operações militares estendam seus limites às instalações petrolíferas, após novos confrontos ocorrerem nos arredores.

A companhia petrolífera líbia também reportou a possibilidade de interromper a produção no campo de El Sharara, na região sul do país, cujos produtos de petróleo bruto e derivados são exportados pelo porto de Zawia.

A empresa esclareceu que os locais adjacentes aos depósitos de produtos petrolíferos, administrados pela refinaria de Zawia, foram submetidos a ataques aéreos também no último sábado. Esta foi a terceira rodada de ataques executados próximos às instalações petrolíferas locais em apenas dois dias.

A Companhia Nacional de Petróleo informou ter realizado reuniões de emergência com empresas filiadas para discutir meios de lidar com a situação – incluindo a Operação Petrolífera Akakus, a Companhia de Marketing e Petróleo Brega e a Companhia de Refinamento Azzawiya, além de parceiros internacionais.

Mustafa Sanallah, presidente da empresa estatal de petróleo, afirmou que a suspensão das operações no porto de Zawia poderá levar à redução da produção de petróleo líbio em mais de 300.000 barris por dia, o que pode resultar efetivamente no fechamento da refinaria de Zawia.

“A Companhia Nacional de Petróleo será forçada a importar quantidades deficitárias de combustível, o que causará ainda maior deterioração da economia líbia, em perdas estimadas em centenas de milhões de dólares,” reiterou Sanallah em declaração.

Sanallah enfatizou, no entanto, que a empresa estatal fará todo o possível, a despeito das ameaças, para garantir a produção de gás e petróleo na Líbia. “Entretanto, não podemos operar as instalações caso haja ameaça às vidas das equipes de produção e da população local,” reiterou Sanallah.

O presidente da companhia líbia então concluiu: “Seremos forçados a suspender todas as operações e declarar força maior sobre nossas exportações do porto de Zawia, caso os confrontos continuem. Podemos ser forçados até mesmo a suspender operações nos campos de petróleo que bombeiam óleo bruto levado a Zawia, como o campo petrolífero de El Sharara.”

Com apoio de países da região do Norte da África e Oriente Médio, as forças rebeldes do General Khalifa Haftar enfrentam o governo líbio reconhecido internacionalmente, a fim de obter legitimidade e poder no país rico em petróleo.

Com apoio das Nações Unidas, a Alemanha levanta esforços diplomáticos para tentar reunir os países interessados no conflito na Líbia em uma conferência internacional a ser realizada em Berlim, na tentativa de encontrar uma solução política para os confrontos.

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