Aproximadamente 10.000 crianças de combatentes do Daesh (Estado Islâmico), originárias de quase 40 países, estão confinadas nos campos de refugiados no noroeste da Síria, sob condições humanitárias bastante severas, conforme reportagem do periódico americano The Wall Street Journal.
O jornal afirmou nesta quarta-feira (1°), com base em dados levantados pela organização não-governamental Save the Children, que “a maioria destas crianças, 50 por cento das quais menores de cinco anos de idade, estão hoje no campo de refugiados de Al-Hawl, na província de Al-Hasakah.” O artigo ainda alertou que as condições severas no campo criam um ambiente insalubre que pode levar essas crianças a se tornarem extremistas.
O Wall Street Journal também destacou que um dos principais obstáculos legais que impedem essas crianças de retornar a seus países de origem está na provável separação de suas mães, também residentes nos campos de refugiados em questão, o que contradiz a lei humanitária internacional. Além disso, muitos países recusaram-se categoricamente a receber de volta seus cidadãos detidos como membros do Daesh.
Segundo o jornal americano, muitas mulheres combatentes do Daesh renunciaram a seus direitos parentais a fim de permitir que seus filhos sejam integrados a um ambiente normal. Entretanto, outras ainda fiéis ao grupo terrorista, que esperam o suposto retorno do califado islâmico, consideram suas crianças a nova geração de combatentes do Daesh e não desejam de modo algum devolvê-las a seus países de origem.
No mesmo contexto, os residentes do campo de Al-Hawl, administrado por combatentes curdos, relataram ao jornal americano que alguns dos detidos no local escaparam com ajuda de contrabandistas.