O jornal hebraico Israel Hayom revelou no domingo que Avi Berkowitz, enviado especial do presidente Donald Trump para negociações internacionais e seu conselheiro, deve chegar a Israel em sua primeira visita desde sua nomeação como sucessor do enviado Jason Greenblatt no início de novembro.
A visita, que começou oficialmente na manhã de domingo, se dá em cenário de severa tensão regional, especialmente após o assassinato do comandante da Força Quds na Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, general Qasem Soleimani, pelos Estados Unidos em um ataque aéreo em Bagdá.
O jornal acrescentou que Berkowitz, que era consultor do genro de Trump e conselheiro-chefe, Jared Kushner, agora é responsável por apresentar o plano de paz dos EUA conhecido internacionalmente como o “Acordo do Século” que Greenblatt desenvolveu com o embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, e Kushner.
O governo dos EUA já havia deixado claro que o plano estava concluído e pronto para ser apresentado, mas isso só será alcançado quando ambas as partes estiverem preparadas
O jornal apontou que a contínua incerteza política em Israel significa que o plano de paz está congelado há meses, e não se espera que seja publicado oficialmente até a formação de um governo em Israel; isto é, após as próximas eleições parlamentares de 2 de março.
No entanto, a parte econômica do plano de paz, que se concentra em investimentos maciços em projetos que podem facilitar a vida cotidiana d os palestinos, especialmente na área de infraestrutura regional, foi publicada em junho passado no seminário de Bahrein, do qual participaram israelenses e empresários palestinos.
O jornal afirmou que Berkowitz deve se reunir com autoridades israelenses para discutir os últimos desdobramentos. No entanto, nenhuma declaração “interessante” indicou se Trump decidiu mudar sua política e desvendar o plano durante a campanha.
Israel Hayom também apontou que a visita do enviado especial ocorreu quando as manchetes no Irã eram sobre o assassinato de Soleimani, que pode alertar sobre uma escalada contra o Hamas e o Hezbollah e também pode afetar o processo de paz e a estratégia de governança.
O jornal acrescentou que não se sabe se Berkowitz se encontrará com autoridades palestinas, sugerindo que ele não deve fazê-lo à luz do boicote da Autoridade Palestina à administração dos EUA desde o reconhecimento de Trump a Jerusalém como capital de Israel.