Os soldados israelenses foram flagrados pelas câmeras, arrastando um palestino no chão e chutando-o na cabeça repetidamente. O incidente aconteceu na noite de terça-feira perto do portão de Al-Rahma, no complexo da mesquita de Al-Aqsa.
O vídeo mostra três soldados israelenses empurrando o homem no chão, na tentativa de algema-lo enquanto os espectadores são ouvidos gritando: “deixe-o em paz”. A vítima dessa brutalidade é vista tentando proteger sua cabeça dos chutes.
Seis fiéis muçulmanos que estavam na mesquita para a oração da noite foram presos por causar distúrbios em Jerusalém, ao gritarem retórica nacionalista à polícia, segundo o Haaretz. Testemunhas disseram à agência oficial de notícias palestina WAFA, no entanto, que as forças de segurança israelenses provocaram e atacaram os fiéis no portão de Al-Rahma depois de invadir a área de oração com chutes. Uma mulher estava entre os seis palestinos detidos.
O ataque ocorreu perto de Bab Al-Rahma, um dos portões da Mesquita Al-Aqsa, onde o atrito entre os fiéis muçulmanos palestinos e as forças de segurança israelenses é cada vez mais comum. Uma das questões é que, de acordo com os palestinos, a polícia os impede de levar comida para Al-Aqsa.
Segundo o Centro Internacional de Mídia do Oriente Médio, o Departamento Islâmico de Waqf e doações condenou o ataque, que é uma das dezenas de violações semelhantes contra a Mesquita Al-Aqsa e muçulmanos e cristãos palestinos na cidade ocupada. Acrescentou que Israel está tentando fechar Bab Al-Rahma mais uma vez, para permitir que grupos colonizadores israelenses o ocupem.
O Haaretz informou que as autoridades israelenses insistem que tomarão medidas para evitar rupturas na ordem pública ou os gritos da retórica nacionalista palestina. “Durante a noite, um pequeno número de fiéis no Monte do Templo [complexo da Mesquita Al-Aqsa] começou a gritar retórica nacionalista à polícia, forçando a polícia a dispersá-los e prender seis que os estavam enfrentando.”
No início da noite, as forças de ocupação israelenses prenderam cinco palestinos no mesmo local na mesquita de Al-Aqsa sem fornecer qualquer motivo, informou Anadolu.
O Portão Al-Rahma (Portão da Misericórdia), um grande salão que faz parte do Portão Al-Dhahabi (Portão Dourado), foi fechado pelas autoridades israelenses em 2003 durante a Segunda Intifada. Em 2017, um tribunal israelense renovou a ordem de fechamento.
No entanto, em fevereiro do ano passado, centenas de fiéis palestinos protestaram contra o fechamento e entraram no portão de Al-Rahma, reabrindo-o antes de rezar lá. Israel considera isso uma violação do status quo e, desde então, intensificou seu assédio aos fiéis muçulmanos e aos guardas da mesquita Al-Aqsa.