Nesta sexta-feira (10), o Ministério de Relações Exteriores de Israel anunciou ter recebido um convite da comunidade judaica no Egito para participar da inauguração de uma sinagoga na cidade de Alexandria, a ser realizada ainda em janeiro.
Na sexta-feira, o Ministério das Antiguidades do Egito realizará a abertura oficial da Sinagoga Eliyahu Hanavi, em Alexandria, após restaurações. Israel recuou de eventuais protestos contra o Egito após o país árabe decidir excluir o estado sionista deste evento da comunidade judaica local em particular.
O Egito convidou 25 embaixadores estrangeiros para a cerimônia de inauguração, incluindo representantes de países árabes. Entretanto, não convidou até então diplomatas da embaixada israelense e, portanto, nenhum representante de Israel deverá comparecer à cerimônia. As autoridades egípcias também convidaram outras 25 pessoas proeminentes da comunidade judaica de Alexandria.
Uma das razões que conteve eventuais protestos de Israel reside no fato de que a comunidade judaica deverá realizar outra cerimônia de inauguração para a sinagoga em data posterior, com participação de representantes israelenses. Sobre isso, o Ministério de Relações Exteriores de Israel confirmou: “A embaixada israelense no Cairo participará da cerimônia de abertura a ser realizada posteriormente.”
A Sinagoga Eliyahu Hanavi é localizada na Rua Nabi Daniel, no centro de Alexandria, norte do Egito, e é considerada uma das mais célebres e antigas sinagogas da cidade histórica, construída no ano de 1354. A sinagoga foi bombardeada durante a campanha da França contra o Egito, sob ordens de Napoleão Bonaparte. Entretanto, foi reconstruída pela comunidade judaica local em 1850, após a família de Muhammad Ali Pasha, governante otomano do Egito, autorizar as obras.
Em 1948, a sinagoga foi redesenhada e reconstruída novamente pelo arquiteto italiano Leon Brasilon, com traços mais próximos a uma grande catedral europeia. No entanto, naquele ano, um grande número de judeus egípcios deixou o país árabe em direção a Israel, após a criação do estado sionista. A partir do êxodo judaico em Alexandria, o edifício passou a sofrer com a falta de manutenção, devido ao impacto do tempo e da infiltração de água a partir do teto.
Em 2017, o Ministério de Antiguidades do Egito anunciou supervisão pública das obras de restauração da sinagoga, alocando um orçamento no valor de US$ 4 milhões.
A sinagoga tem capacidade de 700 pessoas e contém uma biblioteca central que abriga 50 cópias antigas do Torá e uma coleção de outros livros históricos, alguns datados do século XV.