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Deslocados e assustados: iemenitas ainda estão no limbo após cinco anos de guerra

Mulheres e crianças iemenitas reúnem-se em volta de uma fogueira no campo para pessoas internamente deslocadas de Mazrak, estabelecido pela ONU, no norte do Iêmen, em 12 de novembro de 2009 [foto de arquivo]

A viúva Samirah Nasser e seus oito filhos tentaram retornar à sua aldeia no Iêmen mas foram forçados a voltar para a relativa segurança de um campo de refugiados por implacáveis ataques aéreos, segundo informações da agência Reuters.

Exposta ao frio de mais outro inverno passado nos campos de refugiados, Nasser faz parte dos 3.6 milhões de iemenitas – cerca de 12% da população – deslocados durante os quase cinco anos de guerra. Este índice levou as Nações Unidas a declarar que se trata da mais urgente crise humanitária do mundo.

“Quando retornamos [para nossa aldeia], aviões estavam no céu. Eles atacaram o mercado cheio de crianças,” relatou Nasser. “Proibi as crianças de irem à escola, com medo dos aviões de guerra.”

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Os ataques aéreos impediram Nasser de tentar retornar novamente nos últimos três anos à sua região nativa, Saada – coração da área controlada pelo movimento houthi, alinhado ao Irã, que está em confronto direto com a coalizão militar saudita desde março de 2015.

“A guerra ali não para. Nossas casas foram destruídas, não temos onde ficar, nada,” relatou Houriya Muhammad, de 40 anos de idade, mãe de três filhos, também impossibilitada de retornar a Saada, onde costumava vender vasos.

Ambas as mulheres vivem agora em um campo de refugiados em Khamir, a cerca de 2 horas e meia da capital Sanaa, via estrada. A vida é bastante difícil nos campos, onde as instalações são rudimentares.

Crianças iemenitas afetadas pela guerra difundida pela coalizão saudita – cartum [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

“Estamos morrendo de frio,” afirmou Muhammad. “Meus filhos e eu dormimos abraçados juntos com três ou quatro cobertas sobre nós.”

Crianças resfriadas aquecem a si mesmas perto de fogueiras improvisadas. A água vaza por buracos no revestimento das tendas provisórias.

A guerra no Iêmen é combatida entre a coalizão liderada por Arábia Saudita, apoiada pelo Ocidente, e o movimento houthi, alinhado ao Irã, que ainda controla a capital Sanaa e outros centros urbanos majoritários.

Mais de 100.000 pessoas foram mortas no conflito, que prejudicou gravemente o fornecimento de serviços básicos e a infraestrutura e destruiu a economia local. Mais de 11 milhões de pessoas lutam para obter alimento suficiente, e 240.000 pessoas vivem em condições de fome, segundo dados do Programa Alimentar Mundial (PAM).

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