O prisioneiro palestino Ahmad Zahran foi libertado após passar 113 dias em greve de fome em uma cadeia de israel, segundo informações divulgadas ontem (14) por Qadri Abu Bakr, chefe da Comissão de Assuntos de Prisioneiros e ex-Prisioneiros da Palestina.
“Após 113 dias de greve de fome, Zaher conseguiu chegar a um acordo com a administração penitenciária israelense em troca de sua liberdade,” declarou Abu Bakr, reiterando que o advogado da comissão, Jawad Boulos, esteve presente durante as deliberações.
Zahran, de 42 anos de idade, originário do bairro de Deir Abu-Mesh’al, nos subúrbios de Ramallah, Cisjordânia ocupada, foi preso em março de 2019. Ele é casado e pai de quatro filhos. No total, passou quinze anos em cadeias israelenses.
Esta foi a segunda vez que Zahran realizou greve de fome contra sua detenção indeterminada. A primeira vez foi em junho de 2019 e durou 39 dias, quando encerrou-se por uma promessa de soltura. Entretanto, as autoridades da ocupação renovaram sua detenção administrativa – sem acusação ou julgamento – por quatro meses adicionais.
Os prisioneiros palestinos têm repetidamente feito apelos para que Israel melhore as condições de seu sistema carcerário; porém, pouco foi feito para respeitar tais demandas. Habitualmente, o tratamento médico é negado e as condições de saúde dos detidos se deteriora em seu período de prisão.
Há mais de 5.500 palestinos mantidos em péssimas condições nas cadeias israelenses, incluindo 52 mulheres, 270 menores e seis parlamentares, segundo dados oficiais. Grupos de direitos humanos afirmam que 222 cidadãos palestinos morreram em detenção desde 1967.