Grupos de direitos humanos exigem que Israel suspenda uso de herbicida ao longo da cerca de Gaza

Organizações de direitos humanos emitiram um apelo para que Israel interrompa imediatamente o uso reiterado de herbicida aéreo ao longo da cerca que limita o perímetro da Faixa de Gaza, declarou o centro de direitos humanos Adalah.

Os dejetos da pulverização de supostos herbicidas sobre as colheitas israelenses voaram e se espalharam por toda a fronteira de Gaza nesta terça-feira (14); a ação é “conduzida esporadicamente por cerca de três horas e meia.”

Os materiais químicos chegaram às fazendas palestinas dentro de Gaza, principalmente na porção leste do território litorâneo, além dos distritos de Gaza do Norte e Deir al-Balah.

Os centros de direitos humanos Gisha, Adalah e Al Mezan, em Gaza, enviaram uma carta a oficiais israelenses “com demandas urgentes para refrear o uso adicional de herbicidas dentro e perto da Faixa de Gaza, devido ao dano severo às colheitas e aos riscos de saúde impostos aos residentes de Gaza.”

As práticas israelenses de uso de herbicida aéreo sobre a região foram documentadas inicialmente em 2014, relatou Adalah. “Herbicidas químicos alcançaram distâncias como até 1.200 metros adentro da Faixa de Gaza, em incidentes previamente registrados”, reiterou a organização.

O centro Adalah também observou: “Estima-se que uma área total de 7.260 dunams de terras aráveis na Faixa de Gaza foram afetadas pelo uso de herbicida aéreo desde 2014, quando o primeiro incidente deste tipo foi registrado.”

E acrescentou: “Fazendeiros palestinos sofreram danos generalizados às suas colheitas, o que incorreu em imensas perdas financeiras e os levou a abandonar os campos de cultivo perto do perímetro da cerca, devido aos riscos associados.”

Além disso, em 2016, o Ministério da Defesa de Israel “revelou que os agentes químicos utilizados na pulverização de materiais no local incluem glifosato … declarado ‘provável carcinógeno’ pela Organização Mundial da Saúde e proibido em muitos países do mundo.”

Nenhum incidente do tipo foi documentado em 2019, o que torna a retomada do uso de herbicidas particularmente preocupante para os grupos de direitos humanos e, principalmente, para os residentes palestinos locais.

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