Milhares de jordanianos tomaram as ruas de Amã na última sexta-feira (17), em protesto contra o acordo de fornecimento de gás natural assinado por Jordânia e Israel, conforme informações da agência de notícias Quds Press.
Segundo relatos, os manifestantes chegaram a reivindicar a deposição do governo, além de exigir que os oficiais jordanianos sejam efetivamente responsabilizados pelo “vergonhoso” acordo.
Líderes proeminentes de organizações nacionais, estudantis e islâmicas participaram dos protestos, nos quais cartazes foram exibidos com slogans contrários à ocupação israelense sobre o território palestino.
Nos cartazes, lia-se: “Juntos contra o acordo energético com a ocupação”, “O acordo energético é ocupação”, “O gás do inimigo é a ocupação”, “Abaixo às tentativas de apagar a causa palestina”, entre outros.
O acordo energético para importação de gás natural israelense foi ampla e reiteradamente condenado nas ruas e no parlamento. A Jordânia vivenciou dezenas de manifestações e protestos desde sua assinatura, em 2016.
Em março de 2019, o parlamento aprovou por unanimidade uma moção contrária ao acordo energético, mas a Corte Constitucional – órgão superior judiciário – determinou que o acordo não dependia da aprovação do congresso para ser efetivado, pois foi assinado entre duas empresas privadas, não entre os governos.
Em 15 de dezembro de 2019, como matéria urgente, 58 membros do parlamento jordaniano – de um total de 130 representantes – assinaram uma petição exigindo a revogação do acordo energético para importação de gás israelense.
Segundo o acordo, assinado em setembro de 2016, Israel deve fornecer 45 bilhões de metros cúbicos de gás natural dentro de um período de 15 anos, a partir de janeiro de 2020.
Manifestantes relataram à agência Quds Press que o acordo energético representa “uma facada no peito do povo palestino” e expressaram “choque” com a insistência do governo de Amã em comprar o gás natural da ocupação israelense. Outros países árabes, como Argélia e Catar, também anunciaram disposição para comercializar com Israel, em processo de normalização das relações entre governos árabes e o estado sionista.