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Advogados britânicos exigem mandado de prisão contra presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi

Poster condenando o Presidente do Egito Abdel Fattah al-Sisi; lê-se: “Sisi não é bem-vindo. Pare a repressão no Egito” [Alisdare Hickson/Flickr]

A Câmara de Justiça Internacional – Guernica 37, grupo de advogados britânico voltado ao direito internacional e aos direitos humanos, fez um apelo para que autoridades judiciais emitam um mandado de prisão contra o atual Presidente do Egito Abdel Fattah al-Sisi, por seu papel na morte de Mohamed Morsi, primeiro presidente egípcio democraticamente eleito, deposto por golpe de estado. As informações são da Agência Anadolu.

O grupo de advogados britânico emitiu uma declaração neste domingo (19) reivindicando que as unidades de contraterrorismo de Londres lancem uma investigação sobre “alegações convincentes de tortura que incriminam o governo egípcio e seus órgãos de estado.”

O apelo ocorre às vésperas de visita prevista de Sisi ao Reino Unido, onde deverá participar de uma conferência para investimentos a fim de fortalecer os laços econômicos entre Londres e as nações africanas.

No momento de sua morte, Morsi enfrentava diversas acusações judiciais. Segundo a defesa do ex-presidente egípcio, grupos de direitos humanos e observadores independentes, as acusações contra Morsi possuíam motivação política.

A declaração da entidade britânica reitera que há evidência concreta de que o tratamento da junta militar a Morsi possa ser responsável por sua morte de forma intencional. Acrescenta que é bastante improvável que Sisi não estivesse ciente da tortura sofrida por seu adversário político dentro das prisões do estado.

O grupo de advogados ainda afirmou que o Reino Unido é responsável por agir sobre crimes relacionados à tortura não importa onde ocorram, de modo que é preciso assumir medidas e posturas contundentes às vésperas da visita de Sisi ao país europeu.

Não é a primeira vez que a Câmara de Justiça Internacional – Guernica 37 aborda essa questão. Em outra ocasião, exigiu que a Organização das Nações Unidas lançasse um inquérito independente sobre a morte de Morsi.

Mohamed Morsi era considerado uma das figuras pioneiras na Irmandade Muçulmana no Egito e foi eleito presidente em 2012, após deposição do longevo ditador Hosni Mubarak. Morsi foi deposto em 2013, por golpe de estado militar comandado por Sisi e faleceu durante seu julgamento em junho de 2019.

LER: Estados Unidos confirma morte ‘evitável’ de cidadão egípcio-americano preso no Egito

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