Equipes de resgate libanesas trataram mais de trezentas pessoas por ferimentos ocorridos durante os confrontos entre forças de segurança e manifestantes que abalaram as ruas centrais da capital Beirute na noite de sábado (18). As informações são da agência de notícias Reuters.
Trata-se do maior número de feridos em um dos mais violentos confrontos desde outubro de 2019, quando protestos populares tomaram as ruas do país, em maioria pacíficos. À medida que o Líbano mergulha cada vez mais em sua pior crise econômica em décadas, a indignação tornou-se cada vez maior diante de uma elite que controla o país desde a guerra civil libanesa, entre 1990-1975.
A Cruz Vermelha do Líbano afirmou ter tratado 220 pessoas feridas em ambos os lados do conflito ainda na noite de sábado; oitenta pessoas foram transferidas a hospitais. A Defesa Civil afirmou ter auxiliado 114 outras pessoas.
A fumaça envolveu um distrito comercial na capital libanesa à medida que forças de segurança atiraram gás lacrimogêneo e dispararam canhões de água. A tropa de choque ainda reprimiu e cercou manifestantes, homens e mulheres, perto do parlamento libanês, mais tarde no sábado.
Manifestantes, com os rostos encobertos, atiraram pedras, barras de aço e vasos de flores contra os policiais. Algumas pessoas arrancaram galhos de árvores e placas de trânsito e avançaram contra a tropa de choque.
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Após três meses consecutivos de protestos populares, que levaram a um grave impasse político no Líbano e à renúncia do então Primeiro-Ministro Saad Hariri, políticos fracassaram em chegar a um acordo para a formação de um novo governo ou um plano de resgate para a situação no país.
Enquanto isso, a crise avança – a libra libanesa perdeu quase metade de seu valor no mercado internacional e a escassez de dólares elevou os preços e deteriorou qualquer confiança do povo no sistema bancário no Líbano.