O ex-Presidente da Tunísia Moncef Marzouki acusou Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Egito de liderar uma contrarrevolução no Norte da África, ao intervir na Argélia, Tunísia e Marrocos. Os comentários de Marzouki sobre a questão foram feitos em discurso proferido no Fórum do Magreb, na cidade de El Jadida, Marrocos.
Os contrarrevolucionários, afirmou o ex-presidente, não perdoaram o Rei Mohammed VI do Marrocos por responder positivamente às aspirações populares por mudança em 2011 e por trazer os representantes islâmicos ao âmbito da tomada de decisões.
“Tais passos assumidos pelo monarca marroquino são considerados pelos países que lideram a contrarrevolução como uma flagrante blasfêmia que demanda retaliação contra os responsáveis,” reiterou Marzouki. “Os países do Magreb [noroeste da África] estão ameaçados, pois os eventos que ocorrem hoje na Líbia representam um risco direto à Tunísia, Argélia e Marrocos. Precisamos ressuscitar a União do Magreb Árabe como questão de urgência.”
Relações entre Emirados Árabes Unidos e Marrocos deterioraram-se nos últimos anos, em particular no decorrer de 2019. O governo marroquino em Rabat acusa as autoridades emiradenses em Abu Dhabi de serem responsáveis por sabotar interesses e ações do reino norte-africano.