Autoridades israelenses retomaram o uso de pesticidas ao longo da cerca que isola a Faixa de Gaza, relatou o jornal israelense Haaretz, “após evitar o método de pulverização aérea em 2019”. Na semana passada, o Exército pulverizou pesticida sobre a área da fronteira com o território palestino por três dias.
Ao ser questionado pela reportagem do jornal, o Ministério da Defesa de Israel justificou a retomada do uso de pesticidas após o intervalo de um ano da seguinte forma: “Pulverização aérea é feita de tempos em tempos com base em necessidades de segurança, mas apenas no território de Israel”.
De 2014 a 2018, o Exército de Israel regularmente pulverizou pesticida por toda a fronteira, em particular nos períodos de primavera e outono, alegando o objetivo de destruir “vegetação que encobre a visão dos soldados sobre a área”.
O Ministério da Agricultura palestino reportou que os pesticidas danificaram 14.000 dunams de terras agrárias em Gaza de 2014 a 2018, “destruindo todas as colheitas plantadas no local”. Fazendeiros palestinos relataram ao Haaretz que 2019, “quando não houve uso de pesticidas, foi um excelente ano para eles”.
Após retomarem a prática na última semana, três organizações de direitos humanos imediatamente reivindicaram que as autoridades israelenses interrompam o uso de pesticidas na fronteira palestina.
Segundo fazendeiros palestinos, à medida que os pesticidas são espalhados do lado israelense do perímetro da cerca, os ventos os carregam para dentro de Gaza, alegação corroborada por registros de vídeo.
Um relatório de 2019 da agência de pesquisa britânica Forensic Architecture “confirmou as alegações palestinas de que os pesticidas espalham-se por Gaza, alcançando uma distância de mais de 300 metros a partir da cerca de fronteira.”
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