Um relatório emitido pelo escritório do Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, revelou na terça-feira (21) que o exército dissidente com base na porção leste da Líbia, liderado pelo Marechal de Campo Khalifa Haftar, executou ao todo 850 ataques aéreos com drones, além de 170 ataques com jatos de guerra, incluindo 60 bombardeios de precisão executados por aeronaves bélicas estrangeiras, em violação ao embargo de armas estabelecido pela ONU.
As forças do Governo de União Nacional, reconhecido internacionalmente e liderado por Fayez Al-Sarraj, em Trípoli, executaram 250 ataques aéreos com drones desde agosto de 2019, período registrado no documento, que busca destacar as atividades da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia.
O relatório sugere também que jornalistas são reiteradamente feridos durante cobertura dos confrontos nos arredores da capital líbia, enquanto outros profissionais de imprensa são arbitrariamente detidos pelas forças de segurança do Governo de União Nacional.
Segundo o documento da ONU, os confrontos que ocorrem nos subúrbios de Trípoli desde abril de 2019 levaram à morte de mais de 280 civis, além de 363 feridos e deslocamento forçado de mais de 140.000 pessoas.
O Conselho de Segurança da ONU realizou um apelo para que as partes em confronto na Líbia cheguem a um cessar-fogo imediato.
Guterres também expressou preocupações sobre o desaparecimento da parlamentar líbia Siham Sergiwa, em 17 de julho de 2019, após conceder uma entrevista crítica a Haftar em rede nacional. Sergiwa ficou conhecida por documentar o estupro como arma de guerra durante a Guerra Civil na Líbia de 2011 e desapareceu em Benghazi, cidade controlada pelas forças de Khalifa Haftar.
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