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Grupo de direitos humanos detalha tortura executada por Israel contra prisioneiros palestinos

Palestinos realizam manifestação em apoio aos prisioneiros palestinos nas cadeias israelenses, em Ramallah, Cisjordânia, 21 de dezembro de 2019 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

A associação palestina de direitos humanos Addameer publicou ontem (23) detalhes do que descreveu como “uso sistemático da tortura e dos maus tratos” contra prisioneiros palestinos no centro de interrogatórios de Al-Mascobiyya.

O grupo revelou “duras evidências” de “crime de tortura e maus tratos” cometidos contra palestinos nos meses recentes, ao descrever com detalhes “a cruel tortura física e psicológica e os abusos … submetidos a diversos detidos”.

Segundo os relatos da Addameer, até o fim de 2019, o Shin Bet – serviço de inteligência de Israel – “submeteu diversos detidos no centro de interrogatórios de Al-Mascobiyya a métodos severos de tortura física e psicológica”, a fim de “extrair confissões e forçá-los à auto-incriminação.”

A entidade de apoio aos prisioneiros palestinos declarou que representa cerca de cinquenta casos de detidos agredidos durante os interrogatórios, incluindo estudantes universitários e ativistas de direitos humanos.

Os prisioneiros palestinos podem ser interrogados por até 75 dias sem qualquer acusação, e também são impedidos de receber orientação de um advogado por até 60 dias.

Segundo o relatório, “métodos de tortura executada contra tais detidos resultam em marcas visíveis e escoriações pelo corpo … muitos [detidos] não são capazes de andar ou sequer mover-se devido aos espancamentos e posições de estresse aos quais são submetidos”.

Ainda assim, médicos a serviço dos centros de interrogatório negligenciam qualquer registro de tais marcas e cicatrizes e são responsáveis por “aprovar a capacidade física dos detidos para que retornem aos interrogatórios”.

A Addameer denunciou também que as cortes israelenses aceitaram apenas o requerimento legal para obter imagens das marcas de tortura sobre um único prisioneiro, rejeitando absolutamente todos os outros casos.

Segundo o grupo de direitos humanos, “o papel exercido pelos interrogadores, médicos e juízes são complementares, o que é reiteradamente evidente nas audiências jurídicas e seus protocolos.”

Apesar da proibição absoluta de qualquer método de tortura pelas leis e convenções internacionais, concluiu a Addameer, “a tortura contra prisioneiros palestinos é sistemática e generalizada nas prisões da ocupação israelense e seus centros de interrogatório.”

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