Grupo de direitos humanos detalha tortura executada por Israel contra prisioneiros palestinos

A associação palestina de direitos humanos Addameer publicou ontem (23) detalhes do que descreveu como “uso sistemático da tortura e dos maus tratos” contra prisioneiros palestinos no centro de interrogatórios de Al-Mascobiyya.

O grupo revelou “duras evidências” de “crime de tortura e maus tratos” cometidos contra palestinos nos meses recentes, ao descrever com detalhes “a cruel tortura física e psicológica e os abusos … submetidos a diversos detidos”.

Segundo os relatos da Addameer, até o fim de 2019, o Shin Bet – serviço de inteligência de Israel – “submeteu diversos detidos no centro de interrogatórios de Al-Mascobiyya a métodos severos de tortura física e psicológica”, a fim de “extrair confissões e forçá-los à auto-incriminação.”

A entidade de apoio aos prisioneiros palestinos declarou que representa cerca de cinquenta casos de detidos agredidos durante os interrogatórios, incluindo estudantes universitários e ativistas de direitos humanos.

Os prisioneiros palestinos podem ser interrogados por até 75 dias sem qualquer acusação, e também são impedidos de receber orientação de um advogado por até 60 dias.

Segundo o relatório, “métodos de tortura executada contra tais detidos resultam em marcas visíveis e escoriações pelo corpo … muitos [detidos] não são capazes de andar ou sequer mover-se devido aos espancamentos e posições de estresse aos quais são submetidos”.

Ainda assim, médicos a serviço dos centros de interrogatório negligenciam qualquer registro de tais marcas e cicatrizes e são responsáveis por “aprovar a capacidade física dos detidos para que retornem aos interrogatórios”.

A Addameer denunciou também que as cortes israelenses aceitaram apenas o requerimento legal para obter imagens das marcas de tortura sobre um único prisioneiro, rejeitando absolutamente todos os outros casos.

Segundo o grupo de direitos humanos, “o papel exercido pelos interrogadores, médicos e juízes são complementares, o que é reiteradamente evidente nas audiências jurídicas e seus protocolos.”

Apesar da proibição absoluta de qualquer método de tortura pelas leis e convenções internacionais, concluiu a Addameer, “a tortura contra prisioneiros palestinos é sistemática e generalizada nas prisões da ocupação israelense e seus centros de interrogatório.”

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