O presidente Jair Bolsonaro, voltou a afirmar, em sua viagem à Índia, que pretende transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
A declaração foi feita no último domingo (26), ao canal de TV pública Doordarshan (TV DD), um dia antes de embarcar de volta ao Brasil, onde chegou nesta terça (28). “Esse é um compromisso” – afirmou, dizendo que tem conversado com líderes árabes, sem encontrar oposição. “Os Estados Unidos mudaram a embaixada para Jerusalém e não houve problema, e nós pretendemos fazer o mesmo”. Eu acho que no próximo ano deveremos estar em posição de possivelmente transferir nossa embaixada para Jerusalém” – disse ele.
Na entrevista, Bolsonaro mencionou o fato de Brasil e Índia reivindicarem uma vaga no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Acredito que Brasil e Índia ganharão muita visibilidade aos olhos do mundo se conseguirem assento no Conselho”, disse. Em outro momento, perguntado sobre as relações de países com a América Latina, o presidente disse que os Estados Unidos são “parte da solução” e que os laços estão sendo reforçados.
Ele disse ainda que o Brasil faz comércio “com o mundo todo” e que “não temos viés ideológico no comércio”, citando parcerias com a China e com a Arábia Saudita. Lembrou que havia o receio de que os sauditas estivessem se afastando do Brasil, mas que seu governo conseguiu acordos de 10 bilhões de dólares com o reino.
O assassinato do chefe da Guarda do Irã, general Qassim Suleimani pelos Estados Unidos foi lembrado pelo canal de TV para questionar a posição pró-EUA do Brasil. “Nós repudiamos o terrorismo em qualquer lugar”, respondeu Bolsonaro, “mas não queremos entrar nessa briga entre EUA e Irã e, claro, o comércio é muito importante para o Brasil”, ponderou.
Os países árabes são grandes importadores da carne brasileira, entre outros produtos. A reação negativa desses compradores a promessas anteriores de transferir a embaixada brasileira que hoje fica em Tel Aviv levou o governo brasileiro a recuar e a optar por abrir um escritório comercial em Jerusalém, sem papel diplomático. A transferência da embaixada, no entanto, foi mantida nas promessas do atual governo.