O governo do Reino Unido reconheceu que o sistema de planejamento de Israel nos territórios palestinos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental deixam “os palestinos com pouca opção senão construir sem licença”.
Lord Ahmad de Wimbledon – Ministro de Estado para a Comunidade das Nações, Nações Unidas e Sul da Ásia – respondeu ontem (27), em declaração oficial, a uma questão relacionada ao ponto de vista do atual governo sobre a recente decisão israelense de “permitir que cidadãos de Israel registrem títulos de terra na Área C da Cisjordânia”.
O representante do governo retorquiu: “Estamos bastante preocupados com a garantia de mais direitos e privilégios aos israelenses que vivem nos Territórios Palestinos Ocupados.”
A declaração prosseguiu ao afirmar: “Reconhecemos que os palestinos enfrentam dificuldades severas em conseguir autorizações para construir suas casas e instalações de infraestrutura em Jerusalém Oriental e na Área C … Na prática, tais obstáculos deixam os palestinos com pouca opção senão construir sem licença e, portanto, submeter suas casas ao risco de demolição pela falta de alvará.”
O governo britânico fez um apelo para que Israel “desenvolva mecanismos melhorados para mensurar os limites, planejar e permitir construções na Área C, em benefício da população palestina, incluindo ao facilitar a participação dos palestinos em tais processos.”
Em outra declaração, publicada ontem (27), em resposta a uma pergunta sobre a demolição de estruturas palestinas pela ocupação israelense no decorrer de 2019, o Lorde Ahmad ainda destacou que o Reino Unido está “gravemente preocupado com a demolição contínua de propriedades palestinas pelas autoridades israelenses”.
“Demolições e despejo de palestinos de suas próprias casas causam sofrimento desnecessário a cidadãos comuns; levantam dúvidas sobre o compromisso de Israel com uma solução viável de dois estados; e, salvo casos excepcionais, contrariam a Lei Humanitária Internacional”, reiterou em declaração.
“O Reino Unido e seus parceiros internacionais continuarão a reivindicar bilateralmente e em fóruns internacionais que Israel abandone por completo seus planos de demolição e forneça em seu lugar uma rota transparente para que os palestinos possam construir na Área C”, concluiu o escritório diplomático em nome do governo do Reino Unido.