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Forças de segurança de Israel e Autoridade Palestina cooperam contra protestos na Cisjordânia

Soldados israelenses intervêm em protesto de manifestantes palestinos contra o plano proposto pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, em Tubas, Cisjordânia, 29 de janeiro de 2020 [Nedal EshtayahAgência Anadolu]

Oficiais de segurança do alto escalão israelense encontraram-se recentemente com suas contrapartes palestinas e com a liderança da Autoridade Palestina (AP) para coordenar esforços repressivos contra os protestos em curso na Cisjordânia diante do chamado “acordo do século”, conforme informações divulgadas pela rede de notícias Arab48 nesta quarta-feira (29).

Corroborada pelo jornal israelense Haaretz, a rede de notícias palestina revelou que as agências de segurança de Israel buscam implementar cooperação de alto nível com a Autoridade Palestina, a fim de evitar manifestações de massa.

O jornal israelense declarou que oficiais de Israel orientaram a liderança palestina a não encorajar protestos populares, sob o pretexto de que o acordo não seria divulgado antes das eleições israelenses, marcadas para março próximo.

Segundo o Haaretz, os oficiais de segurança da Israel acreditam que “não é viável para Israel prometer medidas dramáticas que conturbem o establishment da Autoridade Palestina, a fim de não estimular a população palestina a protestos e confrontos com as forças de Israel.”

Reitera-se também que oficiais israelenses não esperam que Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestina, suspenda a cooperação de segurança com Israel em futuro próximo. Abbas deve esperar para reagir, segundo a reportagem, até que o “acordo do século” não seja visto como medida de relações públicas decorrentes das eleições israelenses.

Entretanto, oficiais de Israel enxergam como problemático o convite de Abbas a líderes do Hamas para participar de uma reunião com a Autoridade Palestina na Cisjordânia. As agências de segurança, contudo, especulam que esta medida é meramente simbólica, a fim de absorver o choque e a indignação imediata ao anúncio da proposta de Donald Trump.

As forças de segurança israelense também trabalham para evitar que o Hamas participe ativamente dos protestos na Cisjordânia contra o chamado “acordo do século”. Oficiais de Israel pretendem emitir uma mensagem ao Hamas de que a proposta não afetará a trégua entre ambas as partes, a despeito de agressões frequentes.

Avaliações de segurança, segundo o Haaretz, conjecturam que as últimas medidas de Israel para atenuar o bloqueio imposto a Gaza pretendem persuadir o Hamas a manter os protestos isolados no território litorâneo palestino; porém, distante da cerca oriental entre Gaza e Israel.

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