A Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque (UNAMI) anunciou ontem (30) que 467 manifestantes iraquianos foram mortos e mais de 9.000 feridos desde o início de outubro de 2019, quando eclodiram protestos populares contrários ao governo.
Em declaração oficial, a UNAMI descreveu a perda diária de jovens iraquianos como “intolerável”.
A entidade humanitária da ONU destacou que a maioria dos mortos e feridos deve-se ao uso deliberado de “munição real, gás lacrimogêneo e agressões das forças de segurança contra os manifestantes”.
O Iraque vivencia protestos populares sem precedentes desde o início de outubro último, reprimidos violentamente, o que levou à morte de mais de 600 pessoas segundo a Anistia Internacional e dados oficiais divulgados pelo Presidente do Iraque Barham Salih.
O movimento popular forçou o Primeiro-Ministro Adil Abdul Mahdi a renunciar em 1° de dezembro de 2019 e demanda o mesmo para todas as figuras da elite política iraquiana que governam o país desde a queda de Saddam Hussein, em 2003, acusadas de corrupção e gastos de dinheiro público.
O Iraque vive em um hiato constitucional desde 16 de dezembro de 2019, quando expirou o prazo final para que o Presidente da República nomeasse um novo candidato para compor o próximo governo, à medida que os parlamentares iraquianos não conseguiram chegar a qualquer consenso.