Ao menos quatro soldados turcos foram mortos e nove outros feridos durante um bombardeio intenso conduzido por forças do regime do presidente sírio Bashar al-Assad, na região noroeste da Síria, nesta segunda-feira (3), conforme relatos do Ministério de Defesa da Turquia. As informações são da agência Anadolu.
Em declaração, o ministério afirmou que os soldados – reforços à região com objetivo de impedir confrontos na zona de desescalada de Idlib – foram atacados por forças do regime, embora sua localização tenha sido coordenada previamente.
Um dos soldados feridos está em condição crítica, reportou o ministério, reiterando que as Forças Armadas da Turquia efetivamente responderam aos ataques e destruíram os alvos em questão.
Violações do cessar-fogo
Localizada no noroeste da Síria, a província de Idlib é considerada o principal reduto da oposição e de grupos armados contrários ao governo de Assad, desde o início da guerra civil que assola o país, em 2011.
Idlib abriga hoje cerca de quatro milhões de civis, incluindo centenas de milhares de deslocados internos, forçados a deixarem suas casas pelas operações do regime executadas por todo o território do país devastado pela guerra.
Em setembro de 2018, Turquia e Rússia concordaram em designar Idlib como zona de desescalada, onde atos de agressão são expressamente proibidos.
O regime sírio e seus aliados, no entanto, violaram consistentemente os termos do cessar-fogo, ao lançar ataques frequentes dentro da zona neutra, resultando na morte de ao menos 1.300 civis desde a assinatura do acordo.
Em nova medida anunciada em 10 de janeiro último, a Turquia declarou que um novo cessar-fogo em Idlib teria início a partir da meia-noite de 12 de janeiro. Contudo, o regime e aliados paramilitares financiados pelo Irã mantiveram seus ataques por terra.
Mais de 1.3 milhões de sírios moveram-se para perto da fronteira com a Turquia devido aos ataques intensos, desde o início de 2019.
A Síria está atolada em uma brutal guerra civil desde o início de 2011, quando forças do regime reprimiram violentamente protestos que pediam por democracia. Desde então, centenas de milhares de pessoas foram mortas e mais de dez milhões de civis sofreram deslocamento forçado, segundo estimativas oficiais das Nações Unidas.