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Israel planeja anexação da Cisjordânia após anúncio do ‘acordo do século’

Assentamento israelense na Cisjordânia ocupada, 19 de novembro de 2019 [Mosab Shawer/Apaimages]

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu afirmou que seu governo começou a revisar mapas da Cisjordânia para incluir áreas que seu país planeja anexar em breve, segundo informações da agência Anadolu.

A declaração ocorre logo após o anúncio do chamado “acordo do século” proposto pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump para supostamente encerrar o conflito entre Israel e Palestina.

Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, Netanyahu declarou que as terras que serão integradas ao território de Israel estão em fase de mapeamento e que a soberania israelense será imposta a todas as áreas demarcadas pelo mapa.

O primeiro-ministro também reiterou que o novo mapa cobrirá todos os assentamentos na região de Agvar (leste da Cisjordânia) e restante da Cisjordânia ocupada – assentamentos considerados terminantemente ilegais pela lei internacional.

Nabil Labu Ruedina, porta-voz da presidência da Autoridade Palestina, entretanto, contestou as afirmações de Netanyahu ao enfatizar que o mapa da Palestina é reconhecido em escala global, conforme diversas resoluções das Nações Unidas.

“Não teremos qualquer relação com qualquer outro mapa”, afirmou Ruedina.

O oficial palestino destacou que o mapa aceito atualmente refere-se à proposta para o estabelecimento do estado palestino datada de 4 de junho de 1967, com capital em Jerusalém Oriental. Ruedina também afirmou que se trata do único mapa capaz de conceder estabilidade e paz à região e ao mundo.

O chamado “acordo do século” de Trump foi anunciado em 28 de janeiro último. Refere-se a Jerusalém como “capital indivisível” de Israel e reconhece a soberania israelense sobre grandes porções da Cisjordânia ocupada.

O plano atraiu críticas generalizadas por todo o mundo árabe e foi repudiado pela Organização de Cooperação Islâmica. A entidade convocou “todos o estados-membros a não se engajarem com este plano ou cooperarem com a gestão americana para implementá-lo, sob qualquer versão.”

Líderes do bloco islâmico ainda reiteraram a necessidade por uma solução justa e abrangente para a questão palestina, capaz de proteger os direitos legítimos do povo palestino.

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