Autoridades israelenses impuseram detenção administrativa – sem acusação ou julgamento – a um cidadão judeu israelense de dezenove anos de idade, em medida repressiva geralmente reservada aos palestinos sob ocupação militar.
Conforme reportado pelo jornal israelense Haaretz, Eliya Ben-David “foi solto de custódia nesta segunda-feira (10) e não foi permitido ver um advogado enquanto em detenção … No momento, trata-se do único judeu israelense preso sem julgamento.”
Ben-David, ativista de direita que vive na cidade Nof Hagali, no norte do território ocupado pelo estado sionista, “arremessou uma pedra contra um taxista palestino em novembro de 2019, perto de um assentamento na Cisjordânia, resultando em ferimentos moderados.”
Segundo o Haaretz, “após interrogatório conduzido pelo serviço de segurança do Shin Bet, foi decidido emitir uma ordem de detenção administrativa contra ele devido ao risco de segurança que representou”. O mandado foi assinado pelo Ministro da Defesa Naftali Bennett e tem validade de um mês.
Um oficial israelense não-identificado relatou ao jornal que Ben-David é um indivíduo “violento e extremista”, suspeito de diversos ataques contra palestinos. A fonte reiterou que a ordem de detenção administrativa é uma “medida preventiva, não punitiva, empregada apenas como último recurso”.
Também acrescentou: “A situação de segurança na Cisjordânia é tensa e a autoridade de defesa de Israel está operando para impedir qualquer tipo de atividade terrorista, o que pode inflamar as tensões locais e ceifar vidas.”
Embora Ben-David seja o único judeu israelense preso sem acusação ou julgamento, estima-se que há 461 palestinos mantidos por autoridades israelenses em detenção administrativa, segundo o grupo de direitos humanos Addameer.
Em 2017, o Shin Bet emitiu uma ordem de detenção administrativa contra um judeu israelense “um dia após a corte ordenar sua soltura da cadeia”, em caso “considerado incomum na época”.