Famílias líbias cujos parentes foram mortos ou feridos durante os conflitos na Líbia entraram com um processo na Corte Distrital de Washington DC, capital dos Estados Unidos, contra o comandante militar dissidente Khalifa Haftar e os Emirados Árabes Unidos.
O Grupo Transnacional de Advocacia Empresarial declarou em nome de seis famílias líbias que: “Promotores revelaram uma série de violações de direitos humanos, assassinatos e tortura nos quais os réus estão envolvidos.”
A declaração registrou também que as famílias líbias demandam indenização financeira no valor total de US$ 1 bilhão.
O documento processual sugere ainda que Haftar encorajou e participou dos crimes – em particular, tortura; considerada crime de guerra. Este comportamento desumano viola a Quarta Convenção de Genebra, a Carta das Nações Unidas, a Declaração Universal de Direitos Humanos e a Constituição dos Estados Unidos, reiterou a acusação.
A declaração também menciona que tais processos incluem os Emirados Árabes Unidos por seu apoio a Haftar com envio financeiro e de armas – a despeito de embargo militar imposto pela ONU –, de modo que o governo emiradense age como cúmplice nos crimes de guerra cometidos no país africano.
Vale notar que as forças de Haftar continuam a violar a trégua proposta pela Conferência de Berlim, realizada em 19 de janeiro, com participação de doze país e quatro organizações regionais e internacionais.
Os termos da declaração final da Conferência de Berlim incluíam a adesão ao cessar-fogo e retomada do caminho político para abordar possíveis soluções para a crise na Líbia. Desde 4 de abril de 2019, as forças de Haftar lançam uma ofensiva militar constante contra Trípoli, capital do país, a fim de depor o Governo de União Nacional, reconhecido internacionalmente e liderado por Fayez Al-Sarraj.