Campanha anti-BDS mira patrocinadores de Roger Waters

A liga de Basebol MLB decidiu parar de promover a atual turnê do músico Roger Waters devido ao apoio do músico à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra a ocupação israelense dos territórios palestinos.

A informação foi noticiada pela agência Associated Press, segundo a qual a MLB estava patrocinando a pré-venda dos ingressos para a turnê “This is Not Drill”, mas foi pressionada por entidades sionistas e acabou desistindo.

Roger Waters, um dos fundadores da banda Pink Floyd, é um dos mais famosos defensores da campanha BDS e costuma alertar outros artistas convidados para apresentações em Israel para o objetivo da campanha de boicote cultural de obrigar o estado sionista a parar com a ocupação da Palestina. Isso aconteceu, por exemplo, quando os brasileiros Gilberto Gil e Caetano Veloso foram contratados para uma apresentação em Israel, na turnê internacional que celebrava 50 anos de parceria. Uma campanha do BDS foi iniciada no Brasil, com cartas e manifestações do público em vários shows da dupla pelo País e no Exterior. Waters escreveu aos colegas músicos brasileiros, pedindo que aderissem à campanha.

Os apelos não levaram ao cancelamento do show, mas a uma mudança na atitude dos artistas a partir de então. Caetano procurou conhecer a realidade da ocupação e, chegando ao Brasil, publicou um artigo de opinião para declarar que não mais voltaria a Israel. Gilberto Gil, que já fizera outros shows para o público israelense, não aceitou o convite seguinte, embora sem declarações públicas, como as que foram feitas por Caetano.

As pressões contra patrocinadores de Roger Waters indicam a preocupação de Israel com os efeitos do boicote internacional, o que é considerado um sinal da eficácia da campanha pelos adeptos do movimento inspirado na mesma estratégia bem sucedida, adotada no passado pelos movimentos contra o apartheid da África do Sul.

Israel tem intensificado uma campanha internacional contra o movimento BDS, conseguindo que alguns países, como a Alemanha, aprovassem lei tipificando a adesão ao boicote como crime. Essa orientação tem sido considerada, por sua vez, entre os apoiadores da causa palestina, como violadora da liberdade de opinião e expressão.

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