A Arábia Saudita lançou uma nova campanha de prisões arbitrárias contra diversos palestinos expatriados que vivem hoje no país, em repressão a um eventual apoio ao movimento de resistência islâmica Hamas.
A organização Prisoners of Conscience, que monitora via Twitter as condições dos prisioneiros na Arábia Saudita, relatou ter recebido “informações confirmadas” de que autoridades sauditas lançaram nova campanha de prisões arbitrárias contra palestinos na diáspora. Reiterou ainda que parte destes palestinos atingidos pela mais recente política saudita são parentes ou filhos de palestinos detidos durante a última campanha, em abril último, pela mesma razão.
Em abril de 2019, autoridades sauditas lançaram uma campanha de detenções contra palestinos expatriados que incluiu Muhammad al-Khudari, de 81 anos, líder sênior do Hamas, e seu filho mais velho Hani al-Khudari.
A Prisoners of Conscience fez também um apelo em defesa dos palestinos detidos, ao afirmar que o apoio à resistência palestina não é crime algum, de modo que as prisões são arbitrárias. A organização ainda reivindicou que as autoridades sauditas “libertem imediatamente todos os detidos nesta última campanha, e suspendam os julgamentos dos detidos no último ano, previstos para o começo do próximo mês”.
No início de fevereiro, a Prisoners of Conscience denunciou a promotoria saudita por acusar arbitrariamente os prisioneiros palestinos de transferir recursos ilegais às facções da resistência e estabelecer associações não-autorizadas em defesa de prisioneiros palestinos e jordanianos na Arábia Saudita.
Os palestinos detidos serão julgados diante da Corte Criminal Especializada Saudita, em 8 de março.
Em 6 de setembro de 2019, a organização não-governamental Monitor de Direitos Humanos Euro-Mediterrânea denunciou o governo da Arábia Saudita pelo desaparecimento forçado de sessenta palestinos.