A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos foram elogiados por Ivanka Trump pelo progresso que fizeram no avanço dos direitos das mulheres.
A filha do presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou os dois dos principais aliados da América no Oriente Médio, mas permaneceu calada sobre a situação de várias ativistas encarceradas e supostamente torturadas por sua oposição às monarquias do Golfo.
Ao proferir o discurso de abertura no Fórum Global das Mulheres de dois dias, realizado em um resort opulento em Dubai, Ivanka Trump elogiou os estados regionais ricos em petróleo por iniciarem “reformas significativas” para promover os direitos das mulheres. “Sabemos que, quando as mulheres são livres para ter sucesso, as famílias prosperam, as comunidades florescem e as nações são mais fortes”, disse ela.
Durante seu discurso no fórum realizado sob o tema “O Poder da Influência”, Ivanka Trump elogiou os líderes do país por “remover barreiras às mulheres que ingressam na força de trabalho e desenvolver uma estratégia nacional que reconhece que as mulheres são centrais para o crescimento sustentável”.
Embora a disparidade de gênero na força de trabalho tenha sido destacada por Ivanka Trump, citando o fato de que, apesar de 70% dos graduados nos Emirados serem mulheres, apenas 10% da renda nacional total dos Emirados Árabes Unidos é derivada de mulheres, ela manteve silêncio sobre a situação de várias ativistas apodrecendo na prisão.
Na vizinha Arábia Saudita, foram denunciadas 145 violações contra mulheres sob o regime de fato do príncipe herdeiro Mohammad Bin Salman. Loujain Al-Hathloul é uma das várias mulheres sauditas torturadas pelas autoridades sauditas. Ela teria sido eletrocutada e sofrido assédio sexual e ameaças de morte sob a supervisão do principal conselheiro do governo Saud Al-Qahtani, que teria ameaçado pessoalmente estuprá-la e matá-la.
Al-Qahtani é a mesma pessoa que muitos acreditam ter supervisionado o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi por ordem do príncipe herdeiro. Al-Hathloul rejeitou uma proposta para garantir sua libertação da prisão em troca de uma declaração em vídeo negando relatos de que ela havia sofrido abuso nas mãos de autoridades sauditas.
Ivanka Trump, que se converteu ao judaísmo para se casar com o conselheiro da Casa Branca Jared Kushner, é conhecida por pressionar o governo Trump a adotar políticas pró-Israel, principalmente a decisão de mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.