Sergey Lavrov, Ministro de Relações Exteriores da Rússia, afirmou que “plano de paz” para o Oriente Médio – conhecido como “acordo do século”, esboçado pelos Estados Unidos – efetivamente viola a lei internacional ao realizar concessões em favor de Israel às custas dos palestinos.
“Os Estados Unidos, como costumam fazer, sugeriram solucionar um dos conflitos mais duradouros de nossa época em um único golpe”, declarou Lavrov ao jornal italiano La Stampa, nesta segunda-feira (17). “Além disso, Washington essencialmente ignorou o quadro legal internacional reconhecido de modo abrangente para qualquer acordo no Oriente Médio, o qual inclui resoluções do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas e a Iniciativa de Paz Árabe.”
O oficial russo alertou que o plano impõe concessões a Israel que de fato não contribuem para solucionar a questão palestina.
Lavrov destacou que palestinos e israelenses devem realizar esforços “genuínos” para solucionar o conflito entre as partes. Também reiterou que a Rússia, como membro do chamado Quarteto do Oriente Médio, pode agir como mediador.
“Neste contexto, apoiamos a posição dos estados-membro da Liga Árabe sobre a necessidade de negociações multilaterais a fim de alcançar eventuais acordos no Oriente Médio, sob os auspícios da comunidade internacional. Acreditamos que este papel possa ser assumido pelo quarteto de mediadores internacionais, único mecanismo autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU para auxiliar no processo de paz no Oriente Médio.”
Em 28 de janeiro, o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump realizou uma coletiva de imprensa ao lado do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu para anunciar os detalhes do suposto “plano de paz”. Seus termos foram rejeitados pela Liga Árabe, Organização de Cooperação Islâmica e União Africana, além da Autoridade Palestina e todos os outros movimentos palestinos.
Comentaristas passaram a considerar o plano como um “documento de rendição”.