Jovem palestino é morto em protestos na Cisjordânia; forças da AP são suspeitas

Um adolescente palestino morreu nesta quarta-feira (19) após ser baleado durante protestos na aldeia de Qabatiya, ao sul de Jenin, norte da Cisjordânia ocupada.

O jovem de dezessete anos, identificado como Salah Zakareneh, foi baleado e mais tarde faleceu de seus ferimentos, conforme informações do jornal Daily Star Lebanon. Uma fonte de segurança anônima relatou ao website de notícias Ma’an que Zakareneh foi atingido no peito.

O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina afirmou em declaração que Zakareneh foi baleado na terça-feira (18) durante “confrontos violentos” com “forças de segurança e homens armados na área de Qabatiya”.

Segundo o jornal Times of Israel, duas pessoas também foram feridas por tiros, e outros dezoito membros das forças de segurança sofreram ferimentos, atingidos por pedras.

Conforme relatos, a violência entre os grupos teve início durante celebrações sobre a libertação de um prisioneiro palestino de uma cadeia israelense.

Akram Rajoub, Governador de Jenin para a Autoridade Palestina, declarou em vídeo publicado no Facebook que forças de segurança da AP foram enviadas a Qabatiya após obterem informações de que uma “manifestação em estilo militar” ocorreria no local.

Rajoub afirmou que, ao chegar na aldeia, atiradores abriram fogo e atiraram pedras contra as forças de segurança palestinas, que responderam com gás lacrimogêneo. Alguns oficiais dispararam armas de fogo em alerta, contra o céu.

O Governador de Jenin não esclareceu se Zakareneh foi baleado por forças de segurança da AP ou atiradores locais, mas culpou estes por causar “o caos”. A despeito de insistentes pedidos por respostas, Rajoub recusou-se a conceder detalhes sobre o episódio.

Hazen Qassim, porta-voz do Hamas, acusou as forças de segurança da Autoridade Palestina de disparar contra Zakareneh, o que – segundo ele – prova “a lógica de banditismo que os serviços [de segurança] empregam contra nosso povo.”

Via Twitter, Qassim reiterou: “Nós [Hamas] reafirmamos nossa demanda nacional relativa para interromper a coordenação de segurança entre os serviços [da Autoridade Palestina] e o exército da ocupação [de Israel].”

A coordenação de segurança entre forças de segurança de Israel e da Autoridade Palestina é vista como controversa e amplamente impopular diante do público palestino.

O Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas anunciou no início de fevereiro que cortaria todas as relações com Israel e Estados Unidos, incluindo a cooperação de segurança, após o anúncio do plano para o Oriente Médio proposto pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Entretanto, Nabil Abu Rudeineh – oficial sênior da Autoridade Palestina – declarou no último domingo (16) que a cooperação de segurança com Israel permanece vigente, “mas não deve continuar para sempre”.

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