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Muçulmanos em Israel rejeitam plano de Netanyahu de utilizar a peregrinação para normalização

Peregrinos islâmicos do Hajj circundam a Kaaba, em Masjid al-Haram, Meca, Arábia Saudita, em 12 de agosto de 2019 [Halil Sagirkaya/Agência Anadolu]

Cidadãos árabes muçulmanos de Israel rejeitaram o plano do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu para enviar peregrinos do Hajj diretamente de Israel à Arábia Saudita, conforme relatou o website da rede Al Jazeera, nesta quarta-feira (19).

Peregrinos islâmicos, insistiram os representantes palestinos, jamais aceitarão ser utilizados como ferramenta para a normalização das relações de Israel com os estados árabes.

A reação da comunidade islâmica deve-se a comentários feitos por Miki Zohar, líder do partido Likud no Knesset – parlamento israelense –, durante evento de campanha às eleições gerais marcadas para o início de março.

Zohar afirmou que Netanyahu deseja despachar voos de peregrinação diretamente do Aeroporto de Ben Gurion à Arábia Saudita.

O Ministro do Interior de Israel Aria Deri também falou da iniciativa de conceder vistos a turistas israelenses que planejam visitar a monarquia árabe por razões comerciais ou religiosas, medida assumida recentemente.

Os palestinos, segundo a Al Jazeera, reiteraram que tais comentários são parte da campanha eleitoral de Netanyahu a fim de atrair o voto árabe, além de pressionar o governo da Jordânia, cujo território é passagem para peregrinos palestinos que costumam viajar à Arábia Saudita.

O xeque Kamal Al-Khatib, chefe da Comissão de Liberdades do Alto Comitê de Acompanhamento dos Árabes em Israel, destacou ainda: “Netanyahu não poupará esforços para ganhar as eleições.” Também reiterou que o líder israelense está utilizando questões religiosas para obter vantagem política e enfatizou que países como Sudão, Bahrein e Emirados Árabes Unidos já estenderam a mão voluntariamente para auxiliar em sua campanha.

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