O governo sírio e a Rússia, seu principal aliado, estão deliberadamente atingindo civis e infraestruturas civis na Síria, declarou nesta terça-feira (18) Michelle Bachelet, chefe de direitos humanos das Nações Unidas, segundo informações da rede Al Jazeera.
Bachelet afirmou estar “horrorizada” pela onda de conflitos no noroeste da Síria e fez um apelo para que os órgãos humanitários relevantes da comunidade internacional intercedam para auxiliar na crise, que representa o maior êxodo civil desde a Segunda Guerra Mundial.
“Nenhum abrigo está seguro. E conforme continua a ofensiva do governo e pessoas são forçadas a bolsões cada vez menores, temo que mais e mais pessoas serão mortas”, reiterou Bachelet.
Na última sexta-feira (14), a oficial da ONU fez um apelo público pela imediata cessação das hostilidades na província de Idlib, noroeste da Síria, considerada último posto da oposição no país. Bachelet destacou que a última tentativa de cessar-fogo fracassou mais uma vez em proteger os civis locais, conforme informações da agência Reuters.
A última ofensiva do regime do presidente sírio Bashar al-Assad – com apoio militar da Rússia – forçou centenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas sob risco de morte, deixando-as desabrigadas durante um inverno particularmente severo.
“Imploro por um lugar para abrigar meus filhos”, afirmou Fared Alhor, ativista de mídia local em vídeo compartilhado de Idlib. “As bombas não os mataram e não quero que morram de frio”.
Enquanto isso, uma delegação da Turquia, liderada pelo Vice-Ministro de Relações Exteriores Sedat Onal encontrou-se com diplomatas russos para um segundo dia de conversas em Moscou, ainda nesta terça-feira. Entretanto, não chegaram a qualquer acordo sobre a situação em Idlib.
Nesta quarta-feira (19), jatos russos intensificaram os ataques aéreos contra as zonas rurais de Aleppo e Idlib, resultando em civis feridos. Grupos de oposição alvejaram a cidade de Saraqeb com granadas lançadas por foguetes, segundo informações do Observatório Sírio para Direitos Humanos, que monitora a guerra na região.
O grupo de defesa civil Capacetes Brancos, em operação na província de Idlib, declarou que três civis foram mortos por ataques russos e nove outros foram feridos.
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