clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Pentágono revela novas evidências de envio de armas pelo Irã às forças houthis no Iêmen

21 de fevereiro de 2020, às 11h49

Pentágono, Estados Unidos [foto de arquivo]

O Pentágono anunciou que o Irã continua a enviar armamentos sofisticados aos rebeldes houthis no Iêmen, em violação flagrante de seus compromissos internacionais. As acusações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos apoiam-se sobre imagens de armas iranianas supostamente transportadas em duas embarcações interceptadas por forças americanas em menos de três meses.

O comandante Bill Urban, porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos no Oriente Médio (Centcom), declarou em coletiva de imprensa realizada no Pentágono, Washington, que as forças al-Quds – unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã, responsável por operações em solo estrangeiro – “consistentemente demonstraram esforços para enviar armas aos houthis no Iêmen.”

Durante a coletiva de imprensa, Urban apresentou fotografias das armas confiscadas pelas forças americanas em 25 de novembro de 2019 e 9 de fevereiro de 2020, a bordo de dois barcos pequenos que navegavam sem qualquer bandeira nacional. Urban destacou que tais armas têm origem iraniana e destino ao Iêmen, em apoio aos rebeldes houthis.

Urban descreveu que a segunda interceptação, em 9 de fevereiro, foi executada pelo cruzador americano USS Normandy, no Mar da Arábia, em operação na qual foram apreendidos 150 mísseis antitanque do tipo “Dahlawi” – versão iraniana do míssil Kornet, de origem russa –, além de 358 mísseis superfície-ar, arma recentemente fabricada no Irã.

Durante a primeira interceptação, em novembro, o contratorpedeiro USS Forrest Sherman apreendeu mísseis do mesmo tipo, além de um grande número de componentes balísticos para mísseis de cruzeiro.

Urban destacou: “Os Estados Unidos estão convencidos de que apreenderam armas […] manufaturadas no Irã e que estavam a caminho de serem contrabandeadas aos houthis no Iêmen, em violação de diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.”

O oficial americano recusou-se a responder questões relacionadas à forma como a Marinha dos Estados Unidos monitorou as embarcações – em particular devido ao fato de que um grande número de barcos menores semelhantes constantemente navegam pela região. Também recusou-se a comentar sobre o local onde foram carregadas as armas.

Urban apenas declarou que a tripulação do barco interceptado em 9 de fevereiro eram composta por cidadãos iemenitas, entregues então à guarda costeira do Iêmen.

O governo em Teerã nega consistentemente as acusações dos Estados Unidos sobre o fornecimento de apoio militar aos rebeldes houthis no Iêmen, que lutam contra o governo reconhecido internacionalmente, apoiado pela coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.