A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) considera realizar cortes “substanciais” adicionais sobre a produção de petróleo, a fim de controlar a queda dos preços decorrente do surto de coronavírus, afirmou Mohamed Arkab, Ministro de Energia da Argélia.
“A OPEP discutirá a possibilidade de um novo corte substancial, ao retirar do mercado as quantidades que não forem consumidas devido ao coronavírus”, relatou Arkab à agência oficial argelina APS (Algeria Press Service). Seus comentários ocorreram no contexto de um encontro da OPEP em Viena, capital da Áustria.
“A tendência vai em direção à continuidade dos cortes adotados em dezembro de 2019”, acrescentou Arkab, ao observar que houve um “consenso entre países membros e não-membros da OPEP, incluindo Rússia.”
A agência Reuters reportou que o grupo conhecido como OPEP+ estuda agravar os cortes existentes ao remover um milhão de barris de petróleo por dia (bpd) complementares. Entretanto, a Rússia até então demonstrou-se relutante a apoiar a proposta, apesar de uma queda de 20% nos preços de petróleo desde o início do ano.
Em 1° de janeiro, países da OPEP, Rússia e outros produtores implementaram um acordo para cortar a produção em 2.1 milhões bpd, número que inclui cortes voluntários conduzidos pela Arábia Saudita.
Porém, as ações não parecem suficientes para reagir ao impacto econômico do vírus na China, maior importador de petróleo do mundo, sobre o resto do mundo, à medida que estremece a produção industrial, viagens internacionais e outros negócios.
Pouco antes da reunião desta semana, fontes relataram que Arábia Saudita e outros produtores propuseram estender o pacto vigente até o fim de 2020, além de diminuir a produção em mais um milhão bpd durante o segundo trimestre deste ano. Os cortes estavam previstos para terminar em março
Ministros da OPEP devem voltar a se reunir nesta quinta-feira (5), enquanto ministros do grupo mais amplo OPEP+ devem encontrar-se na sexta-feira (6). Sob o atual acordo, estabelecido no fim de 2019, a OPEP e seus aliados concordaram em retirar 1.7 milhão bpd do mercado, enquanto Arábia Saudita – maior produtor do grupo – realizou voluntariamente um corte adicional de 400.000 bpd.