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Netanyahu celebra vitória e promete acordo de paz com países árabes

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu em Atenas, Grécia, 2 de janeiro de 2020 [Yannis Liakos/Agência Anadolu]

O Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu celebrou nesta terça-feira (3) uma “grande vitória” nas eleições gerais israelenses, conforme pesquisas de boca de urna indicavam a possibilidade de que sua coalizão consiga compor o próximo governo, a despeito das acusações de corrupção. Enquanto isso, seu oponente Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco (Kahol Lavan), admitiu “decepção”.

Em discurso televisionado, Netanyahu afirmou a seus apoiadores: “A vitória de hoje a noite, que excedeu todas as expectativas, é maior que a vitória de 1996. Derrotamos todas as forças que disseram que a era Netanyahu havia acabado”. Seus apoiadores, em resposta, entoaram euforicamente: “Vida longa a Bibi, rei de Israel”.

Netanyahu reiterou que trabalhará com afinco para realizar sua promessa de anexar o Vale do Jordão e os assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.

Prosseguiu: “Visitamos cada casa e cada rua. Caminhamos por todo o país e nos encontramos com os cidadãos do Estado de Israel, a fim de convencer alguns deles e contagiá-los com nosso entusiasmo … Confiaram em nós porque sabiam que fomos nós que conquistamos as maiores vitórias para Israel.”

Em novembro de 2019, Netanyahu – de setenta anos de idade, dos quais catorze foram passados no gabinete de governo – tornou-se o primeiro premiê na história de Israel a ser indiciado criminalmente durante mandato. O julgamento está previsto para 17 de março, em Jerusalém, fato que reafirma a importância de sua vitória.

Caso o primeiro-ministro israelense e seus aliados consigam obter maioria parlamentar, Netanyahu aparecerá diante da corte a partir de uma posição de força e deverá mantê-la, segundo observadores.

“Transformamos Israel em um grande país, desenvolvemos relações internacionais que não existiam com países e líderes árabes e islâmicos, algo mais significativo do que podem imaginar. Acredite em mim quando digo que concluiremos os tratados de paz com os países árabes, à medida que revelamos a vocês mais e mais detalhes importantes, antes escondidos sob a superfície”, reiterou Netanyahu. “Sou o único capaz de conseguir isso e ninguém mais pode fazê-lo.”

Pesquisas de opinião demonstraram que Netanyahu estava a frente de seu oponente no último pleito. Consultas conduzidas por três canais de televisão locais também indicaram que o bloco conservador encabeçado pelo partido Likud, ao qual pertence Netanyahu, conseguirá sessenta assentos e deverá precisar de apenas mais um voto adicional para obter a maioria dos 120 lugares no Knesset israelense e compor então um novo governo.

As duas rodadas eleitorais anteriores produziram resultados muito próximos entre Netanyahu e Gantz e impediram, portanto, que qualquer um deles fosse capaz de compor uma coalizão de governo com a maioria necessária no Knesset.

Pesquisas indicam que o Likud deve obter 36 ou 37 assentos, comparados a 32 ou 33 para o partido Azul e Branco, liderado pelo ex-general Gantz. Também prevêem que Gantz, junto de seus aliados centristas e da esquerda sionista, some entre 52 e 54 assentos.

O partido secular nacionalista Ysrael Beitenu, liderado por Avigdor Lieberman, deverá ficar com seis a oito cadeiras.

Os resultados ainda não são oficiais, tampouco conclusivos. A taxa de participação no pleito chegou a 71 por cento do eleitorado israelense. Resultados oficiais parciais serão anunciados posteriormente, após todos os votos – incluindo soldados, diplomatas e prisioneiros – serem contabilizados.

Segundo as pesquisas, a “lista conjunta” – coalizão de partidos árabes em Israel – deverá obter 14 a 15 assentos, maior representação destes partidos na história do Knesset, caso confirmada.

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