Autoridades da ocupação israelense demoliram ontem (5) todas as residências palestinas na aldeia beduína de Al-Araqeeb, localizada na região do Negev, pela 176ª vez.
A aldeia foi demolida pela primeira vez em julho de 2010 e vive um ciclo desde então: todas as vezes que a ocupação a destrói, seus residentes reconstroem suas tendas e casas, que voltam a ser derrubadas reiteradamente; em alguns casos, diversas vezes em apenas um mês.
As casas de Al-Araqeeb, aldeia habitada por mais de vinte famílias palestinas, são construídas com madeira, placas de plástico e ferro.
Localizada no deserto do Negev, a aldeia é uma das 51 aldeias árabes “não reconhecidas” pela autoridade israelense na região e consistentemente é alvo de demolições que operam conforme os planos de expulsar os árabes do Negev e realocar colonos judeus. Tratores israelenses, cujo serviço é cobrado dos próprios beduínos, demoliram tudo, de árvores a caixas-d’água. Todas as vezes, no entanto, os residentes palestinos voltam a reconstruir suas estruturas de subsistência.
Beduínos no Negev devem obedecer às mesmas leis que cidadãos judeus de Israel, inclusive ao pagar impostos, mas não desfrutam dos mesmos direitos e serviços concedidos aos judeus no estado sionista. Autoridades de Israel reiteradamente recusaram apelos para conectar as cidades beduínas à rede nacional, fornecimento de água e outros serviços fundamentais.
A corte alegou em sua decisão que os residentes de Al-Araqeeb “invadiram propriedade estatal” ao reconstruir suas casas previamente demolidas.