Mercados financeiros foram jogados em um turbilhão nesta segunda-feira (9), após Arábia Saudita derrubar drasticamente os preços de petróleo cru e estabelecer planos para aumento de sua produção. A medida brusca acrescentou-se às preocupações decorrentes do contágio do novo coronavírus e receios de uma recessão global, conforme informações da agência Reuters.
Os preços de petróleo desabaram em torno de 30%. O índice amplo MSCI para ações da região Ásia-Pacífico (exceto Japão) caiu em 3.9%, pior fechamento desde o final de 2015. Investidores em pânico compraram créditos e altas quantidades da moeda japonesa iene, considerados recursos mais seguros neste momento.
“Turbulento é eufemismo”, afirmou Chris Brankin, chefe executivo da empresa de ações Ameritrade Singapore. “Por todo o planeta, você verá os corretores e investidores aumentando suas margens financeiras … tentando basicamente proteger nossos clientes e ganhar alguma vantagem sobre tamanho risco ou ao menos adivinhar onde fica o fundo do poço.”
Arábia Saudita isola província, fecha escolas
A Arábia Saudita impôs isolamento temporário à província de Qatif, grande produtora de petróleo localizada no leste do país, após mais de quinze casos registrados de coronavírus, além de suspender atividades escolares e universitárias em todo o território nacional.
Quatro novos casos, incluindo um turista americano que recentemente visitou Itália e Filipinas, elevaram o índice de pacientes diagnosticados com a doença a quinze casos. A monarquia suspendeu viagens entre nove países, incluindo estados próximos, como Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Kuwait e Egito.
Contágio na China desacelera, mas permanece a vigilância
O número de pessoas infectadas com o novo coronavírus atingiu o índice 107.000 casos em escala global, segundo levantamento feito pela agência Reuters sobre anúncios de governos em todo o mundo. Contudo, a China continental, exceto a província de Hubei (epicentro da doença), não registrou novos casos de transmissão local pelo segundo dia consecutivo.
Ainda assim, um oficial de alto escalão do Partido Comunista da China alertou contra reduzir a vigilância.
“Devemos permanecer cautelosos, evitarmos o otimismo cego e a fadiga diante da crise”, afirmou Chen Yixin, secretário-geral da Comissão Legislativa e Política do Partido Comunista.
O complexo da Disney em Xangai declarou nesta segunda-feira (9) que retomará atividades em escala limitada. O primeiro passo para uma reabertura por etapas será reintegrar as operações de seus resorts. O parque principal permanece fechado.
Eventos esportivos sem público ou cancelados devido a multidões
O torneio de tênis de Indian Wells, evento mais prestigioso do esporte fora os Grand Slams e finais de campeonatos, foi cancelado devido a preocupações de saúde pública. Estava previsto para ter início nesta terça-feira (10), no sul da Califórnia, Estados Unidos.
O Grand Prix de Fórmula 1 do Bahrein ainda será realizado em 22 de março, porém sem público, devido à crise do coronavírus. O Bahrein registrou 83 casos da doença, em maioria relacionados a indivíduos que viajaram ao Irã.
“Convocar um evento esportivo de grande porte, aberto ao público e que permite a interação bastante próxima de milhares de turistas internacionais e fãs locais não seria a coisa certa a se fazer no presente momento”, alegaram os organizadores do GP do Bahrein.
O festival South by Southwest (SXSW), evento de música, cinema e tecnologia realizado em Austin, Texas, também foi cancelado na sexta-feira (6). Os organizadores concluíram que não era sensato atrair multidões em espaços limitados nesta conjuntura.