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Governo do Iêmen é ferramenta da ocupação saudita, denuncia vencedora do Nobel da Paz

Tawakkol Karman, ativista iemenita condecorada com o Prêmio Nobel da Paz, discursa em Istambul, Turquia, 9 de março de 2020 [Diretoria de Comunicações da República da Turquia/Twitter]

Tawakkol Karman, ativista de direitos humanos iemenita condecorada com o Prêmio Nobel da Paz em 2011, acusou o governo do Iêmen reconhecido pela ONU, representado no exílio pelo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, de ser uma ferramenta para legitimar a ocupação saudita no país. Seus comentários foram feitos em discurso realizado durante conferência em Istambul, Turquia, neste fim de semana, intitulada “Iêmen pós-guerra … uma visão do futuro”.

Karman responsabilizou todos as partes relevantes pelo conflito no Iêmen, ao mencionar as autoridades houthis estabelecidas na capital Sanaa, os separatistas apoiados pelos Emirados Árabes Unidos (EAU) no porto meridional de Aden e as intervenções sauditas e emiradenses sobre o país.

“Qualquer esforço de paz que não considere este fato trata-se apenas de novos esforços para subjugar o povo iemenita ao status quo ditado tanto pelo brutal golpe de estado houthi quanto pelos ocupantes sauditas e emiradenses”, destacou Karman ao destacar a necessidade de suspender os conflitos armados como parte do processo político.

Em particular, Karman denunciou o governo de Hadi, sediado na capital saudita Riad, como cúmplice da ocupação estrangeira no Iêmen. “Há um vácuo de poder, as decisões são tomadas pelo embaixador saudita, as assinaturas de Hadi e seu primeiro-ministro não nos representam, tampouco possuem legitimidade”, declarou Karman.

Hadi, posto em espécie de prisão domiciliar na Arábia Saudita, foi descrito por Karman como “incapaz e cativo, o que o torna desqualificado e faz de suas decisões ilegítimas perante o povo iemenita, enquanto estiver de fato incapacitado e vetado de sua liberdade. Hadi não pode sequer contrariar o embaixador saudita.”

Segundo o jornal Sanaa Post, Karman reiterou que Hadi e seus oficiais “estão satisfeitos em agir meramente como ferramentas nesta guerra; agentes, não líderes; seguidores, não parceiros.”

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