O Tribunal Distrital de Israel em Jerusalém recusou ontem (10) o pedido do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu para adiar seu julgamento por corrupção, reportou a mídia local.
Segundo o jornal Israel Hayom, o julgamento está previsto para 17 de março, a partir de uma primeira sessão processual com a leitura das acusações; portanto, não haveria justificativas para o adiamento.
Os advogados do premiê israelenses entraram com recurso para adiar o julgamento em 45 dias a fim de ganhar tempo para supostamente revisar as evidências apresentadas pela investigação.
Conforme informações da imprensa israelense, os advogados de Netanyahu alegaram não ter recebido os documentos da investigação. O promotor público então garantiu que os documentos estavam disponíveis à defesa, mas não foram coletados.
A crise litigiosa de Netanyahu permaneceu no centro das eleições gerais israelenses da última semana, terceira rodada inconclusiva no período de um ano, na qual o atual primeiro-ministro voltou a fracassar em conseguir maioria no Knesset – parlamento de Israel. Negociações prosseguem sobre como compor uma coalizão de governo capaz de mantê-lo no poder.
Os jornais israelenses relataram que Benny Gantz, principal adversário de Netanyahu, rejeitou aliar-se a Netanyahu em um possível governo de coalizão e parece disposto a pressionar o Knesset nos próximos dias para aprovar um projeto de lei que tornaria inelegível qualquer indivíduo indiciado por crimes.
A tentativa de reeleição de Netanyahu complicou-se em novembro último, quando foi indiciado oficialmente por crimes de fraude, propina e abuso de poder, diante de alegações de que concedeu favores no valor de milhões de dólares a magnatas da imprensa israelense, em troca de cobertura favorável na mídia local.