Uma corte na Turquia sentenciou três homens a 125 anos de prisão cada pelo afogamento do menino sírio Aylan Kurdi, em 2015, cuja morte tornou-se símbolo trágico da crise dos refugiados na Europa decorrente dos conflitos na Síria e região. A imagem chocante do bebê sírio com o rosto nas águas de uma praia turca tornou-se viral.
Os homens, membros de uma rede de tráfico humano, foram detidos pela polícia turca na última semana na província de Adana, sul do país, e condenados ainda na sexta-feira, segundo informações da Agência Anadolu.
Kurdi, então com três anos, foi um dos catorze refugiados sírios – incluindo oito crianças – que tomaram um bote no Mar Egeu para chegar às ilhas gregas. O barco naufragou e seu corpo apareceu no litoral turco perto do balneário de Bodrum.
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Os réus – identificados como Cebrail E., Ecevit Bulent G. e Ali Can S. – foram sentenciados pela Suprema Corte Penal de Bodrum por “homicídio com eventual dolo”, embora seu papel exato na morte de Kurdi não tenha sido confirmado.
Segundo relatos, os homens foram recapturados após fugirem do julgamento. Outros cidadãos sírios e turcos também receberam sentenças de prisão.
Mais de 6.7 milhões de sírios fugiram do país desde 2011, quando eclodiu a guerra civil. A maioria buscou refúgio na Turquia. Recentemente, a crise dos refugiados voltou a intensificar-se após decisão do governo turco de “abrir os portões” e permitir imigrantes a atravessar a fronteira com a Grécia, estado-membro da União Europeia, devido à falta de apoio europeu para conter a crise no território turco.
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