A organização de direitos humanos israelense B’Tselem acusou os oficiais de polícia de Israel de “continuar a assediar os palestinos” no bairro de Issawiya, território ocupado de Jerusalém, a despeito da situação de emergência devido à pandemia de coronavírus (Covid-19).“Apesar da crise de saúde sem precedentes requerer que os residentes de Israel e dos territórios ocupados assumam medidas extremas de isolamento social, a Polícia de Israel escolheu este momento, dentre tantos outros, para intensificar seus abusos e formas de punição coletiva contra os palestinos [em Issawiya]”, declarou a ong.
Forças da ocupação israelense “invadem o bairro superpovoado diariamente, mesmo à noite, e com maior frequência nos fins de semana, sem qualquer razão aparente salvo iniciar atritos com os residentes”, afirmou a B’Tselem.
“Nos confrontos subsequentes, a polícia age com violência, disparando balas de borracha, gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral”, além de bloquear os acessos ao bairro e “prender residentes, a maioria menores de idade, e levá-los à delegacia de polícia, onde são interrogados sozinhos”.
Embora as agressões israelenses contra Issawiya ocorram há algum tempo, a organização de direitos humanos observou que tal conduta é ainda mais grave nas circunstâncias atuais, “ao expor residentes a riscos de saúde substanciais e completamente desnecessários”.
“A conduta policial está prejudicando a segurança pública – incluindo a saúde dos próprios policiais – e violando as orientações médicas de isolamento social”, declarou a B’Tselem.
Segundo a ong, autoridades israelenses demonstram absoluto descaso aos residentes locais – “nenhuma novidade”. Entretanto, “continuar e mesmo intensificar tal conduta durante uma pandemia é uma manifestação particularmente estarrecedora desta política”.
Ainda nesta semana, a ong israelense Ir Amim também lançou o alerta sobre os eventos em Issawiya, ao descrever que a situação “deteriorou mais uma vez com a escalada de violentas invasões e medidas policiais”.
“Devido às circunstâncias únicas referentes ao coronavírus, o aumento gritante da presença policial e das operações nos quarteirões próximos criou uma atmosfera de extrema ansiedade e apreensão entre os residentes locais”, observou em declaração a Ir Amim.
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