A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita executou mais de 257.000 ataques aéreos no Iêmen desde o início de sua intervenção armada há cinco anos atrás, revelou ontem (23) o General-Brigadeiro Yahya Saree, porta-voz do exército iemenita filiado ao grupo houthi. As informações são da agência estatal iemenita Saba.
Durante coletiva de imprensa na capital Sanaa, Saree declarou que milhares de iemenitas foram mortos e dezenas de milhares feridos como resultado das agressões militares conduzidas pela coalizão saudita, com apoio dos Estados Unidos, além de perdas significativas em infraestrutura e serviços públicos.
Neste período, as instituições militares do Iêmen – incluindo quartéis, unidades, equipamentos, contingente e líderes – representaram os principais alvos das forças da coalizão, segundo Saree. Recentemente, relatos emergiram de que os Estados Unidos foram responsáveis pela destruição das defesas aéreas iemenitas, antes mesmo dos ataques da coalizão.
Segundo Saree, as estatísticas podem ser ainda maiores do que registrado, pois “ataques da coalizão anunciados por nós são limitados apenas aos ataques monitorados; há investidas não monitoradas, em particular durante os primeiros anos da guerra”.
Entretanto, o oficial também revelou que as forças militares houthi lançaram ao todo 1.067 mísseis balísticos e de cruzeiro contra alvos da coalizão, incluindo alvos em território da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Informações sobre novos sistemas balísticos de defesa devem ser reveladas no futuro próximo.
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Saree ainda afirmou: “O povo iemenita não se esquecerá das vítimas do massacre do Grande Salão de Al Kubra, em Sanaa, tampouco do massacre das crianças de Dhahiyan, em Saada, ou das vítimas dos massacres brutais e horríveis conduzidos pelas agressões da coalizão em todas as regiões do país.”
O porta-voz do exército reiterou: “O grande povo iemenita superará as muitas e muitas tragédias e dificuldades passadas nos últimos cinco anos; com a ajuda de Deus, poderão superar o que passaram com paciência, determinação e honestidade.”
Segundo a agência Saba, Saree também alertou que o sexto ano da guerra no Iêmen “será mais duro e mais doloroso” e que o país não é o mesmo hoje em termos de capacidade militar.
Alguns analistas acreditam que o uso do termo “ataques preventivos” por Saree na coletiva de imprensa em questão sugere que Sanaa passou do estágio de guerra reativa e possui agora o potencial ou a intenção de ditar a direção do conflito, especialmente após o oficial iemenita enfatizar que as capacidades de seu exército danificaram severamente a economia dos estados agressores.